#Editorial Sem os movimentos sociais ninguém mudará um Brasil insano

Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.

 
A mídia tradicional não transparece jamais o papel dos movimentos sociais nas campanhas eleitorais. E menos ainda o dos movimentos afastados das capitais. A direita não é tola, sabe da importância que os movimentos sociais têm na hora das campanhas do campo popular. Por isso só visibiliza as decisões das direções nacionais partidárias, e com distorções. Nem sequer todas as capitais brasileiras são tidas em conta, apenas as de grande densidade eleitoral. Assim resolve o ataque uniforme aos partidos de esquerda, centraliza o discurso e pressiona as legendas para que suas decisões estejam amarradas ao cenário que preenche as manchetes.
 
Lamentavelmente a esquerda parece copiar esse protocolo da mídia na hora de fazer os ajustes políticos e, de tal modo, toda eleição vira um pleito nacional. Ideologicamente parece ter sentido essa centralidade, só que o Brasil é um país continental onde os estados da federação diferem muito entre si e os movimentos sociais expressam necessidades diversas. Ao tempo que a esquerda decaiu ante a ascensão agressiva e odiosa da direita, os movimentos sociais também viram aumentadas suas dificuldades para manter o protagonismo histórico e a capacidade de pressão às cúpulas partidárias cada vez mais burocratizadas.
 
No entanto, nesta hora crucial da vida democrática brasileira onde as pessoas são perseguidas por defender a própria democracia; na qual voltamos ao mapa da fome, ao desemprego, aos tempos mais tenebrosos da história, é o vigor dos movimentos sociais que precisa estar na vanguarda dos diálogos. E deve ser ouvido, não só para a construção programática, senão para superar as táticas defensivas e retomar a ofensiva contra o capital. Ouvir os movimentos sociais é decisivo e é a ponte que nos leva além da eleição municipal, e até da futura eleição nacional. Não se trata de avassalar as decisões legítimas dos partidos, trata-se de entender que se precisa reconstruir o campo popular para derrotar a desgraça nas quais estamos submersos.
 
Os movimentos urbanos e rurais, as mulheres sem as quais não haverá mudanças estruturais, os negros e negras, os jovens e as jovens camponesas, os indígenas e caboclos, os movimentos do Brasil profundo que não aparecem nos jornais são, lembrando o Che Guevara e Fidel Castro, “os majoritários em todos os aspectos.” É deles que tem medo o capital, é deles que fogem as elites. Como mudar este quadro insano que vive o Brasil sem os movimentos sociais articulados, unidos, fortes e aliados estrategicamente aos partidos do campo popular, não apenas de forma tática?
 
Há milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza. Há quase 30 milhões de desempregados. Há milhões sem serviços básicos, sem acesso à saúde e ao estudo. Nenhum partido ou frente poderá reverter esse quadro sem essas maiorias miserabilizadas. Esses brasileiros e brasileiras, quando reunidos nos movimentos sociais são mais poderosos que qualquer partido e qualquer frente. Por isso, há que escutar os que já estão reunidos, clamando e autoconvocado-se para vencer seus inimigos de classe. Os partidos de esquerda precisam escutar, ser sensíveis a eles e junto com eles alcançar a vitória.
 
#Desacato13Anos #SemprePresente

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