Acordo entre governo do RS e empresa de armas israelense pode ser cancelado

Por Alexandre Haubrich.

O acordo entre o governo do estado do Rio Grande do Sul e a AEL, subsidiária da israelense Elbit, tem boas chances de ser cancelado, de acordo com fontes de dentro do governo consultadas pelo Jornalismo B. A Elbit Systems é uma das principais empresas de armas de Israel, e foi a responsável pela construção do muro na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel. Prejudicado pela perda de um edital no valor de R$ 2,4 bilhões da Finep, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela pressão social após os ataques israelenses à Faixa de Gaza, o acordo poderá ser enterrado nas próximas semanas.

israel

Segundo as fontes consultadas pelo Jornalismo B, o acordo entre o governo gaúcho e a AEL havia nascido de um objetivo concreto, a disputa do edital da Finep chamado “Inova Aerodefesa”. Como não houve a conquista do edital, cujo resultado saiu ainda no ano passado – sem grande divulgação para não atrapalhar um possível avanço do acordo – o que sobra é a questão política. Com a atual ofensiva israelense em Gaza, a pressão de lado a lado aumentou.

O acordo dava conta da construção de um polo de pesquisas aeroespacial, em uma parceria que incluía também universidades gaúchas. O programa aeroespacial gaúcho tem outros projetos, inclusive com a Universidade Federal de Santa Maria, o que não tornaria necessário insistir em um acordo que pode ser prejudicial politicamente e trazer pouca vantagem econômica. A gravidade dos acontecimentos na Palestina e a pressão da comunidade palestina e de movimentos de solidariedade fortaleceram a tese de cancelar o acordo.

Enquanto isso, em reunião realizada na tarde desta quinta-feira entre o governador Tarso Genro e o embaixador palestino Ibrahim Al Zeben, ficou definido que o governo iniciará uma campanha de solidariedade aos refugiados com coleta de alimentos, remédios e recursos para a reconstrução de Gaza.

Fonte: Jornalismo B.

1 COMENTÁRIO

  1. A AEL tem contratos com a FAB/Embraer para a modernização dos aviões F5 e AMX desde 2001. Além da manutenção dos aviônicos modernizados. Esses contratos não devem ser cancelados.

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