O aumento abusivo da tarifa de ônibus em Florianópolis produziu insatisfação na população da capital catarinense e da Grande Florianópolis. Algumas organizações sociais decidiram chamar à mobilização para derrubar o preço da passagem.
No Jornal dos Trabalhadores e Trabalhadoras – JTT de hoje (16/2), a jornalista Rosangela Bion de Assis, entrevistou Janaína Barbosa Rodrigues da Frente do Transporte Público e Mateus Silva do SIGA.
Trazemos aqui algumas das afirmações dos entrevistados. A entrevista completa você ouve ou assiste no link que aparece a seguir.
Abuso
Janaína Barbosa Rodrigues – A gente acha abusivo o preço da passagem. O salário não aumentou, o combustível não aumentou e a qualidade continua a mesma. O motorista tem que ser cobrador e também atender o trânsito.
O transporte é coletivo para quem? Para eles que ganham dinheiro, mas, a gente não tem um mínimo de conforto.
Carta
Mateus Silva – O transporte de passageiros de Florianópolis é aquele que aumentou mais em todo o país. Em carta elaborada por diversos segmentos, reivindicamos a revogação do aumento e demandamos melhoramento da frota, passe livre gratuito e universal e melhoria nos horários dos ônibus. Estamos colhendo assinaturas físicas e virtuais para manifestar nossa inconformidade mas, também porque a maioria da classe trabalhadora usa esse serviço.
Transparência
MS – A PMF não é trasnparente com relação aos gastos relacionados com o transporte, com sua manutenção. Eles alegam que não tem mais cobradores por razões de custo, mas isso não sabemos se é verdade.
JBR – A gente não tem acesso a esses dados numéricos dos gastos com o transporte coletivo de passageiros. Na pandemia todas as empresas de ônibus foram subsidiadas e as empresas continuam recebendo mesmo tendo se normalizado a situação sanitária.
MS – Se a prefeitura diz que o aumento da passagem se deve ao aumento dos salários dos trabalhadores das empresas de transporte, então que mostre as cifras. Precisamos conhecer as planilhas de custos.
Se demitiu funcionários e não repôs quer dizer que os aumentos registrados têm a ver com a obtenção de maior lucro. Eles pretendem jogar trabalhador contra trabalhador.
Custo proibitivo
JBR – A maioria da população tem vale de transporte então com os preços atuais não consegue usar o serviço para o lazer, a cultura, a praia, porque o vale só serve para ir trabalhar. Então só podemos trabalhar e voltar para casa. Só isso.
MS – Lembremos que é um transporte privado mas, que presta um serviço público por concessão.
Tem inúmeros estudos, inclusive na UFSC que mostram que se pode implementar a tarifa zero em Florianópolis.
É importante que as organizações se somem na luta assim como foi na histórica Revolta da Catraca.
Precisamos fazer um debate sério sobre todo o sistema de transporte em geral.
#Desacato16Anos #SemprePresente