A comunidade Xokleng, na retomada de São Francisco de Paula, passa por sérias dificuldades alimentares e de saúde

Por Roberto Liebgott, Cimi Sul-Equipe POA.

Os Xokleng de São Francisco de Paula há meses não recebem assistência dos órgãos públicos. As famílias subsistem com a pequena renda que conseguem através da venda de artesanto, ou pelas de doações de pessoas ou entidades solidárias, mas que também vem diminuindo sistematicamente.

Quanto à saúde, os relatos dão conta de que a situação é bem grave e as pessoas mais afetadas pelas doenças, especialmente respiratórias, são as crianças. A cacique Collung reclama de que no município o atendimento é bastante precário e a Sesai não tem feito o acompanhamento das famílias, sequer visita a comunidade. Ela também informou que os adultos ainda não receberam a terceira dose da vacina contra a Covid 19, aquela de reforço.

Lamentavelmente eles ainda se encontram nas margens de uma rodovia sem acesso à terra ou a qualquer recurso ambiental que lhes possa ajudar na sustentabilidade.

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A comunidade pede também apoio para construção da escola, pois o ano letivo se inicia e as crianças ainda não tem onde estudar. Provisoriamente as crianças estudarão numa das casas construídas para abrigar as famílias, mas há necessidade de um espaço específico para o bom funcionamento da escola.

A Cacique Collung requer assistência integral da Funai, requer que a Sesai visite a comunidade para o atendimento básico em saúde, requer que a demarcação da terra seja efetivamente realizada e que eles possam acessar a terra sagrada de seus antepassados.

“Através da fome e da doença querem matar nossa esperança, mas não vão conseguir, somos mais fortes do que eles imaginam.” (cacique Collung)

 

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