22 de outubro de 2013.
A soberania brasileira sofreu uma derrota na última segunda-feira. Novamente o desenvolvimentismo encurralou o Brasil e desmembrou outro pedaço dos seus direitos inalienáveis como nação.
A presidenta Dilma argumentou que o leilão do campo de Libra do pré-sal “é o passaporte para uma sociedade mais justa.” O Brasil não se tornará mais justo porque partilhe, empreste, alugue, venda ou liquide o que a todos pertence em benefício de interesses privados ou alheios ao país. Nossa sociedade não se tornará mais justa por entregar as riquezas às multinacionais estrangeiras. Muito diferente é fazer parceria com países da região a fazê-la com aqueles que praticam há mais de 500 anos o saqueio da Nossa América. Não são as multinacionais que apoiarão com seus “investimentos” a justiça no Brasil e em nenhuma parte.
O argumento de que a Petrobrás tem um 30%, no mínimo, de cada bloco licitado, espanta. A Petrobrás tem apenas um 30% daquilo que deveria possuir em 100% e a Petro-Sal comanda o serviço. As multinacionais estrangeiras se levam a riqueza, mas o ritmo do samba é da Petro-Sal. Pela partitura a Petrobrás fica com um mísero terço.
Um elemento repulsivo complementa o discurso de “isto não é uma privatização”: que os ganhos obtidos (miseráveis pelo ato em si) serviriam para educação e saúde. Há outras formas de obter recursos: partilhar terra e riqueza de forma equitativa e entregá-las a quem produz, caminhar rumo a eliminação de classes, socializar a educação, a saúde, e não percorrer o caminho falido da terceirização e da privatização. Ou Brasil é justo ou é injusto, não há meio termo.
Justificadamente, a presidenta Dilma defendeu a soberania brasileira contra a espionagem ianque e canadense. Agora decreta a entrega do país à confraria aliada a quem a espiona. Qual o conceito de soberania da presidenta brasileira? Qual atitude foi verdadeira e qual jogo de cena?
