Após sua derrota nas urnas, o imperialismo será derrotado também nas ruas da Venezuela. Por Jair de Souza.

Foto: @Gabrielasjr

Por Jair de Souza.

Em 28 de julho passado, o povo venezuelano conseguiu resistir ao massacre midiático mundial lançado contra a Revolução Bolivariana e derrotou nas urnas o candidato representativo dos interesses das oligarquias locais e do grande capital imperialista. No entanto, como já vêm procedendo há um bom tempo, os expoentes das forças direitistas derrotadas se recusaram a aceitar o resultado das urnas. Como de costume, alegaram ter havido fraude, e partiram para a virada de banca e trataram de consumar um golpe de Estado.

Porém, como é sabido, o imperialismo é composto por uma imensa máquina inteiramente articulada com o propósito de submeter e subjugar os povos vítimas de sua sanha exploradora.

Portanto, para que possam levar adiante suas empreitadas de espoliação, o imperialismo depende não apenas de seu gigantesco aparato militar. Além de sua monstruosa máquina de matar, eles precisam também contar com a anuência ou subserviência de uma certa parcela das populações alvos de suas ambições. Por isso, os condutores das políticas imperialistas sabem que lhes é imprescindível ganhar algum apoio no seio dessas sociedades.

Em vista disto, muita ênfase é dedicada à manipulação dos meios de comunicação de modo a difundir visões distorcidas da realidade que possam causar um desnorteamento entre aqueles que pretendem resistir à agressão e, concomitantemente, trazer para o lado dos grupos antipovo os elementos mais vacilantes e oportunistas do campo popular. E este procedimento é aplicado também a nível exterior, com o propósito de impedir que a solidariedade internacional se faça sentir em favor dos povos agredidos.

Neste cenário de grande turbulência propalado pela mídia a serviço do imperialismo, as forças abertamente vinculadas com os interesses do grande capital dos centros de poder estrangeiros, os de seus associados fascistas e com a conivência dos falsos progressistas arremetem com tudo para destroçar a resistência popular.

Certamente, não é nada fácil enfrentar e derrotar esta combinação de forças reacionárias. Para que isto seja possível, é imperioso que as massas populares estejam dotadas de uma férrea determinação de lutar. Além disto, também precisam contar com capacidade organizativa e de mobilização que viabilize a canalização de sua energia de maneira resoluta contra os inimigos da pátria.

Foi por carecer das condições mencionadas no parágrafo anterior que, em 2016, no Brasil, as forças pró-imperialistas e oligárquicas conseguiram desfechar um golpe contra o governo de Dilma Rousseff e arrebataram o poder político em nosso país. As consequências nefastas desse episódio ficaram nitidamente delineadas após a tomada do governo pelo traidor Michel Temer e seu transpasso ao fascismo bolsonarista.

Felizmente, o bolivarianismo venezuelano parece ter se preocupado em cultivar a consciência de classe das massas trabalhadoras da Venezuela e sua capacidade organizativa. Então, não se trata de nenhuma surpresa ver que as massas populares bolivarianas se lançaram às ruas para enfrentar os grupos fascistas que atuam em favor do imperialismo.

É uma grande alegria para um revolucionário ver que centenas de milhares de gente do povo saíram decididamente às ruas no dia de hoje (03/08/2024) para deixar patente que não estão dispostos a sucumbirem sem oferecer resistência. Só por essa determinação já podem ser considerados vitoriosos. Mas, se persistirem em sua coragem e disposição de luta, a vitória se efetivará também em todos os outros aspectos. O povo venezuelano já derrotou o imperialismo nas urnas no passado dia 28 de julho e, agora, vai derrotá-lo de uma vez por todas.

Todo nosso apoio ao valoroso povo bolivariano da Venezuela.

Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.

A opinião do/a/s autor/a/s não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

1 COMENTÁRIO

  1. O texto de Jair de Souza apresenta uma análise intensa e apaixonada sobre a situação política da Venezuela, destacando a resistência do povo venezuelano contra as forças imperialistas e os interesses oligárquicos. Aqui estão alguns pontos de crítica:

    1. **Perspectiva Unilateral**: A narrativa é fortemente inclinada a favor da Revolução Bolivariana e contra o imperialismo e as forças direitistas. Não há espaço para uma visão equilibrada ou para a consideração de argumentos contrários. Isso pode limitar a compreensão de leitores que buscam uma análise mais neutra e completa.

    2. **Uso de Termos Carregados**: Termos como “massacre midiático”, “máquina de matar”, e “fascismo bolsonarista” são emocionalmente carregados e podem ser vistos como retórica inflamatória. Isso pode polarizar ainda mais os leitores, dificultando o diálogo e a busca por soluções pacíficas e democráticas.

    3. **Generalizações e Estereótipos**: O texto frequentemente generaliza sobre os “interesses das oligarquias” e “grande capital imperialista”, sem fornecer evidências específicas ou exemplos concretos. Isso pode enfraquecer o argumento ao deixar de considerar as nuances e complexidades da situação.

    4. **Comparações com o Brasil**: A comparação entre a situação da Venezuela e o golpe de 2016 no Brasil é interessante, mas carece de uma análise detalhada sobre as diferenças contextuais e estruturais entre os dois países. A simplificação pode levar a conclusões imprecisas.

    5. **Falta de Fontes e Dados**: O artigo se baseia principalmente em opiniões e afirmações sem fornecer fontes ou dados concretos que sustentem as alegações. A inclusão de fontes confiáveis e dados estatísticos poderia fortalecer os argumentos e aumentar a credibilidade do texto.

    6. **Desqualificação de Adversários**: O texto desqualifica os oponentes políticos, chamando-os de “falsos progressistas” e “grupos fascistas”, o que pode ser contraproducente para promover um debate construtivo e inclusivo.

    7. **Enfoque na Luta e Confronto**: A ênfase na luta e resistência, embora compreensível no contexto de mobilização popular, pode ser vista como uma glorificação do conflito. Uma análise mais equilibrada poderia também explorar caminhos para a negociação e reconciliação.

    Embora o texto de Jair de Souza seja uma expressão legítima de uma posição política, ele poderia se beneficiar de uma abordagem mais equilibrada, com a inclusão de fontes, dados e considerações sobre as complexidades da situação política venezuelana e regional.

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