3ª Bienal Black abre dia 27 de março no Rio de Janeiro

Atração gratuita reúne artistas emergentes e propõe curadoria colaborativa com foco na visibilidade de mulheres negras na cena artística brasileira. Evento traz exposições em seis espaços da capital fluminense e programação virtual.

Pintura: Quem segrega o estado? (2023) Dalva França Assis (SP-SC)

A cidade do Rio de Janeiro se prepara para receber a 3ª edição da Bienal Black (3BienalBlack), evento que tem como objetivo dar visibilidade ao trabalho de artistas emergentes, principalmente mulheres. A abertura acontece no dia 27 de março de 2024, quarta-feira, às 19h, no Teatro Gonzaguinha, no centro. As exposições reúnem mais de 270 trabalhos de 225 artistas de todo o país e do exterior, divididos em seis espaços da cidade e programação virtual. Com entrada franca, as atividades vão até junho e incluem uma programação extensa, que pode ser conferida no site bienalblack.com.br.

A iniciativa busca fomentar a narrativa de decolonialidade, proporcionando espaços alternativos de acesso e oportunidade no campo artístico.  As atividades dividem-se entre o Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Centro Cultural dos Correios, Cidade das Artes, Espaço Cultural Correios e Museu da História e da Cultura Afro-brasileira; com atrações programadas para ocorrer também no Museu do Samba e Museu da Maré. A abertura contará com a divulgação dos premiados e trabalhos artísticos de pré-estreia.

Para a idealizadora e uma das curadoras, Patrícia Brito, a 3ª Bienal Black promete ser um espaço de troca, onde artistas e entidades artísticas independentes terão a oportunidade de apresentar suas obras e compartilhar suas experiências e perspectivas decoloniais. O evento também visa estabelecer conexões com outras iniciativas artísticas e culturais que sigam a mesma direção.

A escolha da capital fluminense como sede desta edição reforça a importância da cidade como um pólo de difusão cultural e artística. A Bienal Black se une a um conjunto de iniciativas que visam fortalecer e valorizar a produção artística com recorte racial, não apenas na cidade, mas em todo o país. A atração deste ano foi construída a partir de cinco eixos expositivos: Linhas Insurgentes, Redes de Transmissão, Práticas Geradoras, (RE)imaginando o Cubo Preto e Memórias (trans)locadas.

“Em um contexto global de migração em massa e debates acerca do tema, a exposição busca compreender como artistas contemporâneos respondem ao deslocamento de pessoas ao redor do mundo através de suas práticas artísticas”, delimita Patrícia. “As respostas artísticas que variam desde relatos pessoais até meditações poéticas, farão parte de um circuito em diversos espaços culturais que vai contar com uma programação extensa e gratuita ao longo de quatro meses”, resume.

A Rainha Quilomba, a Espada de Ogum, e o Pedido de…ça (2023), desenho – crédito Elson Junior

A terceira edição da Bienal Black Brazil Art selecionou como foco central o tema Fluxos (In)Fluxo: Transitoriedade, Migração e Memória. Com a colaboração de quatro curadores convidados, Claudia Mandel Katz (Costa Rica), Edwin Velasquez (Porto Rico), Julio Pereyra (Uruguay) e Vinicius (Alemanha), o pensamento foi estabelecer um ambiente propício para exploração e reflexão sobre migração, desigualdades sistêmicas de gênero, narrativas transculturais e identidades em fluxos.

Surgida em 2019, no sul do país, com a temática Mulheres (in) Visíveis – a Bienal Black nasceu com o propósito de dar visibilidade para mulheres anônimas, principalmente as mulheres negras em galerias e museus. Para sua idealizadora, a missão desta terceira edição é a busca de uma narrativa inclusiva, multifacetada e que ressoe com as realidades das comunidades marginalizadas: “Almejamos desconstruir paradigmas, contribuindo para uma compreensão mais abrangente e justa das dinâmicas de migração, memória e identidade”.

A 3BienalBlack tem organização e produção do Instituto Black Brazil Art e financiamento por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O patrocínio é do Grupo Carrefour Brasil, com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal da Cultura, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Teatro Municipal Gonzaguinha, Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Museu da História e Cultura do Afro-brasileiro, Centro Cultural Correios, Cidade das Artes, Espaço Cultural Correios, Museu do Samba e Museu da Maré.

Serviço:

3ª Bienal Black (3BienalBlack): “Fluxos (in)Fluxo: Transitoriedade, Migração e Memória”

De 27 de março a 16 de junho de 2024.

Abertura: 27 de março, quarta-feira, às 19h, no Teatro Gonzaguinha (R. Benedito Hipólito, 125).

Locais: Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Centro Cultural dos Correios, Cidade das Artes, Espaço Cultural Correios e Museu da História e da Cultura Afro-brasileira.

Entrada franca.

Programação: bienalblack.com.br

Redes sociais

Site oficial: bienalblack.com.br | Facebook: /BlackBrazilArt

Instagram: @bienalblackbrazilart | Twitter: @blackbrasilart | YouTube: /BlackBrazilArt

Sobre os locais e data de visitação

CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS

De 27 de março a 11 de maio | Visitação das 10h às 17h (ter a dom).

27 | MARÇO – ARTISTAS (EM) CONVERSAÇÃO

Traçando Resistências: Arte decolonial e a tênue linha insurgente | Conversador(a): Prof. Denise Espírito Santo (RJ), Patrícia Brito (RS-SC), Julio Pereyra (UY) | Centro Cultural Correios – Sala de projeção | 15h às 17h30min

05 | ABRIL – ARTISTAS (EM) CONVERSAÇÃO

Práticas Decoloniais: do Sul ao Sul | Conversador(a): Patrícia Brito (RSSC), Julio Pereyra (UY), Fer Piñeirua (UY), Carola Vázquez Gil Invernizzi (UY), Mayra da Silva (UY), Ana Brito (RJ) | Centro Cultural Correios – Sala de projeção | 16h às 17h30min

CIDADE DAS ARTES

De 28 de março a 30 de abril | Visitação das 10h às 18h (seg a dom).

28 | MARÇO – ARTISTA (EM) CONVERSAÇÃO

Conexões e Interseções na Arte I | Conversador(a): Oscar Ambrosia (SP), Cris Marcos (SP) e convidados | Cidade das Artes – Sala de Leitura | 14h às 17h30min.

03 | ABRIL – OFICINA

Recriando asas (Quem é sua Fada?): outras identidades para os contos de fadas | Ministrante: Sandra Scavassa (SP) | Cidade das Artes – Sala de Leitura | 14h às 16h.

CENTRO MUNICIPAL DE ARTES HÉLIO OITICICA

De 27 de março a 25 de maio | Visitação das 10h às 18h (seg. a sáb).

30 | MARÇO – OFICINA

Ressignificando os Sentidos: Experiência de Escrita Criativa | Ministrante: Coletivo Nósduas (SP) | Sala Multiuso Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica | 14h às 15h30min.

CENTRO DE ARTES CALOUSTE GULBENKIAN

De 27 de março a 31 de maio | Visitação das 09h às 20h30 (seg a sáb).

ABERTURA OFICIAL – TEATRO MUNICIPAL GONZAGUINHA

DIA 27 de março, das 19h às 21h

19h – Cerimonial de abertura;

19h15min – Grupo Carrefour Brasil;

19h25min – Apresentação musical Lizza Dias (RJ-RS-AR);

19h45min – Performance “Memória Travesti” de Azula (RJ);

20h00min – Performance “Linha Vermelha” de Ana Brito (RJ);

20h05min – Vídeo arte “ORI-ENTE” de Rodrigo Casteleira (RO);

20h10min – Performance “Gira Mundo” de Daia Moura (SP);

20h20min – Curta-metragem “(alien)ades” de Ketsia Ramos de Porto Rico;

20h35min – Poética Afetiva “Nikity em pequenas doses poéticas” de Sol de Paula de Rio de Janeiro;

20h50min – Solo músico violinista Davids (RJ);

21h – Vídeo Arte “Viragem – Simpatia de Cura” de Mari Gemma De La Cruz de Mato Grosso.

ESPAÇO CULTURAL CORREIOS

De 28 de abril a 06 de junho | Visitação das 10h às 19h (ter a dom).

MUSEU DA HISTÓRIA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA

De 10 de maio a 16 de junho | Visitação das 10h às 19h (ter a dom).

Sobre a Bienal Black

Realizada de novembro de 2019 a março de 2020, com a temática Mulheres (in) Visíveis – a primeira Bienal Black percorreu as três capitais da região sul do Brasil em 12 espaços de artes, com o propósito de dar visibilidade para mulheres anônimas, principalmente as mulheres negras em galerias e museus. Ao todo foram apresentadas mais de 320 obras de mais de 160 artistas. Ainda em 2020, promoveu o ciclo online Arte Sem Fronteiras.

Sob o tema Cartografia e Hibridismo do Corpo Feminino: Representação Visual e Afetiva, a 2BienalBlack exibiu cerca de 250 obras de mais de 100 artistas. A mostra reuniu obras selecionadas da chamada pública do evento, artistas convidados do Brasil e exterior, e trabalhos e projetos de duas residências internacionais produzidas ao longo de 2021, RAVC (Brasil/Uruguai) e Incorporare (Brasil/Itália). A 2ª Bienal Black Brazil Art foi lançada no dia 13 de janeiro de 2022 e concluída no dia 18 de julho do mesmo ano.

Sobre Patrícia Brito

Curadora independente, museóloga, pesquisadora e gestora cultural, Patrícia Brito é idealizadora e curadora geral da Bienal Black Brazil Art e coordenou o preparatório Arte Sem Fronteiras (Bienal Black) e a Residência Artística Virtual Compartilhada com o Colectivo de Estudios Afrolatinoamericano da UDELAR.

Nascida em Porto Alegre (RS), tem vários prêmios nacionais e internacionais – entre eles o Ford Foundation Art Residence Equity e o Prêmio Baobá – todos com a linguagem do recorte racial nas artes. Formada em história e museologia, é membro da Association of Art Museum Curators (AAMC) em Nova Iorque, da Associação Internacional de Museus Femininos (IAWM) e da Associação de Críticos de Arte pela ABCA.

Sobre os Eixos expositivos – 3BienalBlack

Linhas Insurgentes – Neste eixo explora-se a arte como uma forma de insurgência e resistência, destacando obras que desafiam as convenções estabelecidas e que questionam as normas sociais e políticas.

Redes de Transmissão – Este eixo se concentra nas conexões e interações entre artistas, comunidades e culturas.

Práticas Geradoras – Este eixo destaca práticas artísticas que geram novas possibilidades e perspectivas, promovendo a inovação e a experimentação.

Reimaginando o Cubo Preto – Neste eixo, propõe-se uma revisão crítica e criativa do espaço expositivo tradicional, conhecido como “cubo branco”.

Memórias (trans)locadas – O último eixo aborda questões de memória, migração e deslocamento, enfocando as experiências de indivíduos e comunidades que enfrentam a transitoriedade e a diáspora.

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