Bogotá, 10 set.
Liderada pelos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, e com a presença de representantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, este evento ocorreu.
“O que proponho é ter uma voz diferente e unificada que defenda as nossas sociedades, o nosso futuro e a nossa história, e parar de repetir um discurso falhado que já falhou”, declarou Petro no encerramento da Conferência.
Nós, latino-americanos, devemos levantar a voz “sem vergonha, porque não temos nada a esconder, porque quem cometeu os erros não somos realmente nós. Fomos nós que colocamos o sangue. Fomos nós que causamos a dor. “Fomos nós que destruímos a nossa beleza”, expressou ele.
Petro enfatizou que a guerra às drogas fracassou e a Colômbia e o México são as maiores vítimas desta política na América Latina, que classificou como genocídio.
«Temos essa experiência de 50 anos, uma experiência sangrenta e feroz, e que começou a se repetir há algumas décadas em outros países como o México. Por isso, talvez, o fato de a Colômbia e o México serem os organizadores deste encontro tenha significado, valor no planeta Terra, na humanidade”, comentou.
Por sua vez, o presidente do México garantiu que o fundamental para enfrentar o flagelo do narcotráfico e da violência é abordar as causas com um novo critério.
Temos de apresentar o critério de que a paz é fruto da justiça. Temos que lutar primeiro contra a pobreza, contra a desigualdade (…) oferecer empregos bem remunerados, servir os jovens, garantir-lhes a oportunidade de estudar, de trabalhar”, afirmou o presidente mexicano.
Além disso, fortalecer os valores culturais, morais, espirituais e utilizar todas as reservas de valores que herdamos das grandes civilizações que floresceram em nossa América e que “sempre nos levam adiante”, acrescentou.
O chefe de Estado defendeu também o fortalecimento da identidade dos povos do continente, das idiossincrasias e da unidade familiar que sempre os caracterizou.
Da mesma forma, apelou ao enfrentamento do modelo individualista que “nos têm imposto” na região.
No encerramento da conferência, foi divulgado o documento final no qual os participantes reiteraram o seu compromisso comum de abordar o problema mundial das drogas de uma forma abrangente, multidisciplinar, equilibrada, abrangente, baseada em evidências científicas e de forma eficaz.
Detalhou o roteiro deste esforço que implicará a criação de um Grupo de Acompanhamento integrado por representantes dos Estados da região para avançar uma construção reflexiva e soberana ajustada às realidades de cada país.
Desta forma, abordar o problema com base no documento final da Conferência, nos desafios atuais e emergentes e nas obrigações e compromissos internacionais.
Este Grupo terá a sua primeira reunião a nível técnico durante o quarto trimestre de 2023 e procurará levar mensagens e propostas consensuais aos órgãos multilaterais, incluindo a revisão intercalar da Declaração Ministerial de 2019 da 67ª Comissão das Nações Unidas sobre Estupefacientes , a ser realizada em março de 2024.
Além disso, promover, com base na reflexão colectiva levada a cabo pelo Grupo de Acompanhamento, as consultas necessárias à convocação de uma Cúpula Internacional sobre Drogas a nível de Chefes de Estado e de Governo, no âmbito das Nações Unidas. com vista à sua realização durante o ano de 2025.
O documento final destaca a vontade dos países da região, interessados ??em abordar de forma abrangente o problema mundial das drogas, a fim de iniciar um caminho de reflexão estrutural, crítica e construtiva para propor medidas políticas, legais e sociais a nível nacional que complementem e permitir o cumprimento flexível do regime internacional de medicamentos existente, de acordo com a realidade de cada país.
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