Por Marcelo Hailer.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou R$ 98.975 do cartão corporativo da Presidência da República para bancar viagem ao Rio de Janeiro para o casamento de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em maio de 2019.
Levantamento feito pelo site Metrópoles revela que o cartão corporativo foi utilizado para custear a hospedagem e alimentação da comitiva.
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Os maiores gastos foram realizados com alimentação de militares que trabalharam na segurança da área onde Bolsonaro se hospedou. Ao todo foram 1.850 lanches, no valor de R$ 55.500.
Os itens comprados para os miliares foram: 1.850 maçãs (R$ 2,99 a unidade); 1.850 refrigerantes (R$ 5,99 a unidade); 3.700 mistos frios (R$ 7,80 a unidade); 1.850 águas sem gás (R$ 3,90 a unidade); e 1.850 barras de cereais (R$ 1,61 a unidade).
Além disso, o cartão foi usado para bancar a hospedagem de 49 pessoas no Hotel Mercure de Copacabana, no valor de R$ 32.775, e de outras 28 pessoas no Hotel Laghetto Stilo Barra, por R$ 10.150.
Integraram a comitiva: o ex-presidente Bolsonaro; a então primeira-dama Michelle Bolsonaro; a filha mais velha de Michelle, Letícia Firmo; a filha do casal, Laura; o filho de Bolsonaro, Jair Renan; o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ); e a intérprete de libras, Elizângela Ramos.
Também integraram a comitiva 61 funcionários do alto escalão do governo do ex-presidente Bolsonaro.
Bolsonaro usou cartão corporativo para bancar motociata durante campanha eleitoral
Levantamento feito pelo UOL revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o cartão corporativo para bancar despesas da campanha política.
A partir da identificação de notas fiscais pagas com o cartão corporativo do ex-presidente, é revelado que Jair Bolsonaro gastou R$ 697 mil com o cartão corporativo para bancar atividades da campanha eleitoral. Ainda de acordo com reportagem do UOL, os valores dos gastos podem ser ainda maiores, pois, até este momento nem todas as notas fiscais foram tornadas públicas.
O uso do cartão corporativo para bancar despesas de campanha eleitoral é controverso, pois, a lei prevê que o partido ou a coligação deve ressarcir a União em gastos de transporte pessoal do candidato e sua comitiva durante o período eleitoral no prazo de dez dias. No entanto, não especifica os demais gastos.
As planilhas dos gastos foram tornadas públicas por meio da agência Fiquem Sabendo por meio da Lei de Acesso à Informação. As notas estão em relatórios classificados como “atividade eleitoral”.
Motociata
Entre os gastos identificados e que foram pagos com o cartão corporativo, está uma motociata realizada na Bahia, em Vitória da Conquista.
Na motociata o cartão corporativo foi usado para bancar 1.024 lanches e 512 barras de cereal, num total de R$ 50 mil.
Além disso, o cartão corporativo foi usado para custear a hospedagem de cerca de 50 pessoas. Segundo a justificativa, esse pessoal era para garantir a segurança presidencial, totalizando um gasto de R$ 44,7 mil.
Também foi registrado que, a quatro dias do segundo turno, Bolsonaro subiu em um palanque eleitoral em Teófilo Otoni (MG). Nesta passagem, o cartão corporativo bancou R$ 63 mil em hospedagem, lanches e um cercadinho.
Já no dia 12 de outubro, quando o ex-presidente foi à Aparecida (SP), foram gastos R$ 64 mil com o cartão corporativo.
No dia 15 de outubro, em Fortaleza (CE), o cartão custeou a compra de 566 kits lanches por R$ 20,3 em evento classificado com o “atividade eleitoral”.
Também consta como pagamento com o cartão corporativo, no dia 24 agosto, um pedido de R$ 8.650 no iFood.
Bolsonaro e o PL não se manifestaram sobre os gastos durante a campanha eleitoral com o cartão corporativo.
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