Sagrav realiza transmissão ao vivo em memória aos 70 anos do linchamento em Chapecó

Banda de metal chapecoense tocará músicas autorais

Transmissão ao vivo acontece no dia 21 de maio, às 21h, no Facebook e Youtube com as músicas autorais dos 7 anos da banda

A banda de metal chapecoense Sagrav realiza no dia 21 de maio uma live em memória aos 70 anos do linchamento de quatro mortos na década de 50 em Chapecó. Será transmitida ao vivo no Facebook e no Youtube oficiais da banda, com execução das músicas autorais, incluindo o EP “The Lynching”, e entrevista com os integrantes. O baixista Protásio Vargas assegura: “não vamos deixar que as futuras gerações esqueçam do triste acontecimento do linchamento”.

O EP “The Lynching” foi gravado em 2015 e é o primeiro trabalho em estúdio da banda. Retrata o polêmico linchamento e queima da igreja central, que ocorreu em Chapecó/SC, em outubro de 1950, evidenciado no livro ‘O Linchamento que muitos querem esquecer’, da autora Monica Haas, além de acontecimentos da vida pessoal e fatos cotidianos vivenciados pelos seus integrantes. Este projeto foi contemplado no edital de chamamento pu?blico nº 02/2020 – Aldir Blanc / Chapeco?.

A intenção dos músicos é resgatar a história e a memória do fato histórico através das letras e imagens da live. Além disso, lembra Protásio, existe a necessidade do gênero metal ser mais difundido entre o público consumidor de música, pois tem pouca abertura na mídia tradicional comparado ao sertanejo ou música pop. “É importante oportunizar renda aos músicos e aos profissionais e técnicos envolvidos na realização da live e fomentar, divulgar e oportunizar acesso à música autoral local”, afirma.

Banda autoral

A Sagrav foi formada em 2014 com referências e influências no Trash e no Death Metal. Servem como inspiração bandas clássicas de heavy metal como Dio, Black Sabbath e Iron Maiden, passando por um som mais trash e death metal como Sepultura e Testament, Slayer e Canibal Corpse.

O interesse dos integrantes foi sempre trabalhar para fortalecer o cenário da música chapecoense com foco em músicas autorais. O segundo EP do grupo foi “Masked People”, em 2017, na época contando com os músicos Cristiano Zauza e José Paulo Kemper.

Já em janeiro de 2019, a banda – com uma nova formação – gravou o terceiro trabalho em estúdio e o primeiro álbum “Kingdom of chaos”. Atualmente, Sagrav é composta pelo vocalista Luciano Bravo, guitarrista Guilherme Luan, baixista Protásio Vargas e o baterista Roberto Rodrigues.

O linchamento em Chapecó

A história do maior município do oeste catarinense é marcada por uma tragédia. Em outubro de 1950, um grupo de 80 pessoas invadiu a cadeia municipal e assassinou quatro presos que eram acusados de terem incendiado a igreja local. Os presos, depois de mortos, com tiros, facadas e pauladas, foram arrastados para fora das celas, no pátio da cadeia, e queimados em praça pública sob os olhares dos moradores locais.

O livro de Monica Hass, publicado em 2003, aborda as causas sociais e políticas que culminaram na agressão. Havia, na época, uma disputa pelo poder: de um lado, representantes tradicionais e conservadores e, do outro, um grupo de pessoas ligado aos partidos liberais. Foi neste contexto, aponta a autora, que pessoas ligadas ao movimento político contrário ao estabelecido em Chapecó foram linchadas.

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