Incêndios florestais sempre foram comuns na Austrália. Durante o verão, com as temperaturas altas, o ar seco e o vento forte, o fogo se propaga facilmente. Em 2009, 173 pessoas morreram em Victoria, no chamado ‘sábado negro’, até então, considerado o pior desastre já registrado.
Mas os últimos meses de 2018 e o início de 2019 também parecem que vão ficar registrados na história, porque poucas vezes antes, os australianos enfrentaram tamanha tragédia.
Nesta temporada, os incêndios começaram em setembro do ano passado. Até este momento, cerca de 20 pessoas perderam a vida, mais de mil coalas morreram e quase 6 milhões de hectares de vegetação foram destruídos, uma área maior do que a Bélgica e o Haiti juntos.
E os meses mais quentes do verão, janeiro e fevereiro, ainda nem começaram. A região de New South Wales é uma das mais afetadas. Cerca de 1.300 casas foram queimadas e outras 400 danificadas. Em diversas cidades, milhares de pessoas foram obrigadas a deixar tudo pra trás e procurar abrigo em outros lugares. Longas filas de carros têm se formado nas estradas, com moradores tentando escapar do fogo.
Há aproximadamente 2 mil bombeiros combatendo os focos de incêndio em New South Wales (dois morreram na semana passada), além de homens enviados dos Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, especialmente para ajudar na árdua tarefa. Desde dezembro, o governo local declarou ‘estado de emergência’.
Tragédia nacional
Desde a segunda quinzena de dezembro, os mais importantes parques nacionais da Austrália fecharam para a visitação pública. Segundo as autoridades, eles só serão reabertos quando for seguro novamente.
Mesmo longe das áreas rurais, grandes centros urbanos, como Sidney e Melbourne também foram afetados. Nas últimas semanas, uma densa camada de fumaça tomou o céu dessas cidades, tornando a qualidade do ar muito ruim e insalubre para a população.
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, está sendo duramente criticado e hostilizado pela população, que o condena por não tomar medidas eficientes para controlar a tragédia e também, por sua política que ignora os efeitos das mudanças climáticas.
Infelizmente, a previsão dos meteorologistas para os próximos dias não é boa. A temperatura deve passar dos 40o graus amanhã e no sábado e o temor é que as chamas se alastrem ainda mais.