O nome vem do cavalo alado da mitologia da Grécia Antiga, mas seu poder não poderia ser mais real. Capaz de acessar remotamente os celulares de terceiros, o equipamento Pegasus, desenvolvido pela israelense NSO Group, foi oferecido à Polícia Federal brasileira por US$ 2,7 milhões. As informações são da revista Época.
A matéria também afirma que, em Brasília, há quem desconfie de que as informações obtidas e divulgadas pelo The Intercept Brasil a respeito dos diálogos entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e procuradores da força-tarefa da Lava Jato, tenham sido colhidas por meio do Pegasus.
Segundo uma matéria da Motherboard, durante uma reunião com um empresário israelense, um representante da NSO perguntou se ele poderia fazer uma demonstração do poder do Pegasus em seu iPhone. O empresário concordou, deu o número do celular e colocou o aparelho em cima da mesa.
Cerca de sete minutos depois, o conteúdo do celular apareceu na tela da sala de reuniões, sem que ele sequer clicasse em qualquer tipo de link– um dos principais meios para a infiltração de programas maliciosos.
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“De repente, eu vi todas as minhas mensagens e e-mails ali, e eles eram capazes de acessar qualquer informação que estava no meu iPhone”, disse o empresário, que afirmou que isso incluía acessar o microfone e a câmera do aparelho.
Apesar de a NSO Group dizer que a intenção é combater o crime e o terrorismo – e por isso muitos de seus clientes são agências de segurança pelo mundo – a matéria também informa que governos como dos Emirados Árabes Unidos e do México usam a ferramenta “contra ativistas de direitos humanos, funcionários de organizações não-governamentais e jornalistas”.
Assim, organizações como a CitizenLab e a Anistia Internacional têm denunciado o Pegasus desde 2016. Algumas recomendações para escapar desse tipo de espionagem é utilizar o Signal como aplicativo de mensagens (ainda que tais entidades não confirmem 100% de segurança contra invasões), ou então, para saber se o seu celular foi alvo do Pegasus, a empresa de segurança cibernética Lookout ofereceu um PDF (em inglês).