Ciranda

Por James Ratiere, para Desacato.info.

Perto de mim quero flores,

não precisam ser cheirosas, mas multicores

pra eu poder dar aos meus amores

e amenizar do mundo suas dores

Seus corações alegrar

Ver sorrisos, ver dançar,

Passos em giro, gargalhadas

Quero ver cambalhotas, trombadas

O mundo precisa ser mais bobo

Como um palhaço num circo

Água na cara, tombo, pó de mico

coça coça minha gente, dá-lhe o apito

O mundo precisa de risadas

pra que se torne mais colorido

Nada é tão triste minha gente

que possa derrubar o espírito

Salve a ciranda, brinca sim senhor

bota criança na rua por favor

Faz parte, dá trabalho,

grita mundo, abre o talho

Machucou? beija e assopra

Vai sarar logo senhor?

Daqui a pouco cê nem nota

Vamo menino, joga a bola

Faz o gol, grita bem alto, olha o herói

Pai é ausente, mas não faz mal

Mãe tá ali, fecha total

Cuida da gente, é desatino

Chega presente, faz-se o destino

Torna o outro, mais que um cantor,

Hoje é um homem, parece doutor

Mãe tá sorrindo, filho – um canudo

Consegui mamãe, terminei o estudo

dá pra saber, dá voltas coração

chora a mãe, musica, emoção

Mãe quero colo, o mundo dói

chora não meu filho, tudo passa, tristeza vai

a gente sente, não tem mertiolate

cresceu o menino, o mundo bate

Mãe me embala, dói aqui dentro

to aqui menino, sempre, sempre atenta,

caminha com coragem, um dia tu chega

acabou a viagem, mamãe escorrega

Já não tem colo, já não tem mãe

é homem feito o menino, não precisa mais

precisa sim, do cheiro das flores

que flores?

Do vestido estampado, no peito de mamãe.

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