Via Campesina
Fórum reúne pessoas de ONGs e movimentos
Ainda haverá a presença de representantes do governo federal, como a ministra de estado chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvati, e de brasileiros que viajam de maneira independente ou por conta de movimentos regionais. A delegação nacional é bem diversificada e inclui, segundo Hazard, pessoas de organizações de estudantes, ambientalistas, deficientes, sindicatos, negros, quilombos, indígenas e economia solidária, entre outros.
O tema do fórum em 2015 é Dignidade e Direitos Humanos, que será dividido em seis espaços de debates. O Brasil vai estar à frente de discussões importantes do encontro, como o enfrentamento do racismo, o desenvolvimento da democracia e participação popular, desenvolvimento sustentável, o acesso á água e políticas de acessibilidade.
Em diferentes espaços, como seminários, a ideia é que os brasileiros contem a experiência do País nestas áreas. “Estamos levando a experiência brasileira para o movimento negro tunisiano recém-criado”, exemplifica Hazard. O tema do racismo será apresentado em um seminário. No Brasil, segundo ele, existe um reconhecimento do racismo, que ainda não há na Tunísia.
A ministra Ideli Salvatti participará de debates sobre promoção e defesa dos Direitos Humanos, segundo informações da sua assessoria de imprensa. Uma das suas ações será a apresentação da “Caravana de Educação em Direitos Humanos”, projeto apoiado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que reúne sociedade civil e governos federal, estaduais e municipais para tornar permanente o debate político sobre os direitos humanos.
Após o encontro, que ocorre de 24 a 28 de março, haverá a viagem de uma missão humanitária à Faixa de Gaza, a partir do fórum, para envio de suprimentos e para prestar solidariedade aos palestinos que ali vivem. A ideia foi brasileira, segundo Hazard, e a delegação deve ser liderada pelo ex-senador Eduardo Suplicy (PT). Uma das marchas do Fórum Social Mundial, no dia 28 de março, terá como tema principal a terra e tratará também da questão palestina.
O Fórum Social Mundial ocorreu pela primeira vez em Porto Alegre, no Brasil, em 2001, e o País tem desde lá um importante papel na sua realização. O encontro é um espaço de debate de ideias e reflexão, formulação de propostas e troca de experiências entre movimentos sociais, redes e organizações não-governamentais da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo, ao domínio do mundo pelo capital e ao imperialismo.
A realização do fórum 2015 na Tunísia foi mantida apesar do atentado terrorista que ocorreu nesta quarta-feira (18) no Museu do Bardo, em Túnis, que matou 22 pessoas. O encontro ocorrerá na Universidade El Manar, também na capital tunisiana, e a organização informou que todas as atividades estão mantidas. Segundo nota do coordenador do comitê organizador do fórum, Abderrahmane Hedhili, com esse ataque os grupos terroristas têm por objetivo desestabilizar a transição democrática na Tunísia e na região.
Fonte: Anba