Tem início a Jornada de Luta Anti-Imperialista, com ações em diversos países

Manifesto pelo Futuro. É esta a perspectiva da convocatória e do compromisso das forças populares com a ação na Jornada de Luta Anti-Imperialista, entre 5 e 10 de outubro. A iniciativa é promovida por diversas forças sociais internacionaisO ato de lançamento no Brasil acontece nesta segunda-feira (5), às 16h00, na página de Facebook da Alba Movimientos Brasil. Leia o documento e veja a programação brasileira abaixo:

“A Jornada Internacional de Luta Anti-Imperialista emerge dos movimentos e organizações populares, organizações políticas e redes de todo o mundo, que reconhecem que os povos do planeta precisam se unir para enfrentar nossos inimigos comuns”, afirma a página da iniciativa.

O aumento da desigualdade, da escassez de acesso a direitos básicos de habitação, saúde e educação e das ameaças de intervenção militar e guerras é destaque no chamado à mobilização, assim como a perda de soberania pelos Estados do sul global para o capital transnacional, instituições financeiras e a mídia corporativa. O imperialismo e o neoliberalismo “nos afundaram em uma das piores crises até agora”, sublinha a convocatória.

O texto de divulgação afirma: “Américas, Europa, Ásia, África e Oceania estão mobilizadas, com agendas próprias em cada país para cumprir este nosso objetivo, agitando a bandeira da resistência de nossos povos e do legado de Che Guevara para a luta anti-imperialista em todo canto do mundo. Em função da pandemia, haverá atos simbólicos nas ruas, contudo as ações estarão voltadas principalmente para as redes sociais, com a produção e transmissão de vídeos, seminários, entrevistas e programas ao vivo, áudios, tuitaços e um Festival Internacionalista dos Povos em Resistência (10 de outubro).”

Uma declaração também compõe o apelo à mobilização: Em defesa da vida no planeta, pela paz e a justiça social: paremos Trump e a extrema direita. Veja a programação completa abaixo e o Manifesto pelo Futuro, a seguir.


MANIFESTO PELO FUTURO

Quando confrontados por nós, barrigas famintas, os imperialistas pegam suas armas. Quando confrontados pelos imperialistas, nós, barrigas famintas, nos damos os braços e marchamos adiante.

Nossa humanidade está ameaçada por um vírus invisível que se espalha rapidamente, mas há muito tempo temos sido desafiados por outros vírus, como o desemprego, a fome, o racismo, o patriarcado, a desigualdade e a guerra. Estes vírus se manifestam de maneiras diferentes em diferentes partes do mundo, atacam profundamente a vida das e dos trabalhadores e camponeses e aqueles que sofrem os impactos da desigualdade social; entretanto, uma minoria de pessoas lucra com a devastação.

O sistema capitalista não tem respostas para essas crises, suas políticas são vazias. Em vez de encontrar maneiras para nos abrigar e nos alimentar, os capitalistas constroem grandes máquinas de destruição – forças policiais e militares que sufocam a vida da classe trabalhadora dentro das nações ricas, da classe trabalhadora e do campesinato nas nações mais pobres. Se um país pobre tenta se manter de pé, busca exercer sua soberania; um arsenal completo de poder é usado contra ele: financeiro, diplomático e militar. Eles nos dominam com armas, mas também com ideias; tentam nos convencer de que seus pontos de vista são os corretos.

Os gerentes do sistema capitalista são rápidos em apresentar suas armas e apontá-las para adversários longínquos, dirigem seus tanques para nossas terras e ocupam nossas casas, destroem a natureza e destroem nossos modos de vida; é mais fácil para eles provocar a guerra do que encher a barriga dos seres humanos com comida. Eles preferem inflamar as pessoas com racismo e xenofobia do que administrar o fato de que um sistema falido passou a depender cada vez mais do trabalho não reconhecido das mulheres e cada vez mais das duras condições de trabalho impostas aos mineiros e operários.

O planeta está em chamas, os vírus estão em marcha, a fome espreita a terra e, ainda assim, mesmo nesta bagunça, nós – a grande maioria das pessoas no planeta – não desistimos da possibilidade de um futuro. Temos esperança em algo melhor, um mundo além do lucro e do privilégio, um mundo além do capitalismo e do imperialismo, um mundo cantando a canção da humanidade. Nossos corações são maiores do que suas armas; nosso amor e nossa luta superarão a sua ganância e indiferença.

Muitas sementes estão sendo plantadas por nossos movimentos. Precisamos regá-las, cuidá-las, para termos certeza de que florescerão. Vamos construir um futuro que valorize a vida acima do lucro, um futuro de comunhão entre os povos; ao invés de guerras racistas, um futuro onde as hierarquias sociais serão abolidas e desfrutaremos a dignidade mútua.

Somente quando está escuro se podem ver as estrelas. Já está escuro o suficiente.

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