Procuradores da Lava Jato dizem que Moro é o alvo da ação da PGR

    Foto: Lula Marques/Ag PT

    Enquanto se especula uma candidatura presidencial do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro para 2022, procuradores da Lava Jato afirmaram que a Procuradoria-Geral da República (PGR), chefiada por Augusto Aras, age para manchar a operação e deixar o ex-juiz menos competitivo na próxima eleição. Foi por isso, disseram eles, que o órgão teria retomado as negociações para um acordo de delação premiada com o operador financeiro Rodrigo Tacla Duran. A informação é de Veja.

    Em 2018, a PGR arquivou as investigações sobre ele argumentando falta de provas. Duran afirmou ter pago US$ 5 milhões ao advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Moro, para obter vantagens em seu acordo com a Lava Jato em 2016, ano em que a operação rejeitou a proposta de colaboração dele. O operador mora na Espanha atualmente.

    A motivação jurídica para que rever o trabalho da Lava Jato seria um processo sigiloso apresentado ao STF para apurar a possibilidade de a força-tarefa em Curitiba ter investigado ilegalmente autoridades com prerrogativa de foro.

    Membros da operação foram acusados de conduzir, sem autorização, investigações sobre os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), omitindo os sobrenomes pelos quais são mais conhecidos. “Quando esse processo chegou ao STF, colocou o problema na rua e todos em Curitiba ficaram sob suspeita”, relatou à Veja um integrante da equipe do PGR.

    Chefe da Procuradoria, Augusto Aras foi indicado por Bolsonaro sem estar na lista tríplice do Ministério Público. No final do mês passado, ele afirmou que a Lava Jato “não é um órgão autônomo” do MP.

    De acordo com integrantes da Lava Jato, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, braço direito de Aras, fez a seguinte pergunta ao visitar a equipe de Dallagnol em Curitiba: “Você acha que o Moro é viável em 2022?”.

    Naquele dia, Lindôra pediu acesso às informações, inclusive sigilosas, mantidas pelo grupo, que se recusou a atendê-la. Em liminar, o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli determinou recentemente o compartilhamento dos dados.

    Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça em abril apontando crime de responsabilidade de Bolsonaro. “O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF”, disse.

    O ministro do STF Celso de Mello autorizou naquele mês a abertura de um inquérito com o objetivo de apurar as acusações de Moro.

    Fonte: Brasil 247.

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