Perguntas para tentar entender o que está por trás da reforma do ensino por meio de canetada

Foto: Lula Marques/ AGPT

O governo golpista de Michel Temer acaba de anunciar, com pompa e circuntância, uma grande reforma no ensino médio brasileiro. É a maior alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996). São mudanças que afetam conteúdo e formato das aulas e vão refletir também no desenho dos vestibulares e do Enem. Pra se ter uma ideia da dimensão do que isso significa: pelo menos 8 milhões de alunos serão atingidos pelas mudanças imediatamente.

A discussão da proposta não foi feita com a sociedade e as entidades do setor, é uma medida autoritária e unilateral, feita “por canetada”. Mais uma vez, uma proposta importante desse desgoverno traz mais dúvidas do que soluções.

O Alerta Social chama a atenção aqui para alguns pontos a serem considerados diante do que foi apresentado. Já que o “governo” não admite fazer um diálogo aberto, nós lançamos aqui algumas perguntas para debater e tentar entender o que está por trás dessas medidas que implicam em tanta mudança na vida dos jovens e das futuras gerações.

1. Por que o governo fez a reforma por meio de uma Medida Provisória? O que justifica tanta pressa pra fazer uma mudança tão estrutural no modelo de aprendizagem e que afeta a vida e o futuro de milhões de jovens?

2. Por que o governo não abriu a discussão da reforma para a sociedade opinar? O que os golpistas na educação têm a esconder?

3. Por que o conteúdo obrigatório será diminuído para privilegiar cinco áreas de conhecimento? Isso não restringe por demais a formação dos jovens para a vida cidadã e profissional?

4. Por que disciplinas tão importantes como sociologia, filosofia, artes não serão mais obrigatórias? Será que é porque elas contribuem com a construção do processo crítico dos alunos?

5. Por que o idioma inglês passa a ser obrigatório em todas as escolas no nível médio? Por que os idiomas não podem ser de livre escolha?

6. Por que a carga horária dos professores vai ser ampliada de 800 para 1.400 horas? Isso não induz à superexploração dos professores e precarização do trabalho de uma categoria já tão desvalorizada pelo Estado brasileiro?

7. Por que não vai se exigir a formação em educação ou em nível superior dos trabalhadores? Isso não desqualifica os trabalhadores da educação?

8 – Um adolescente de 15 anos já terá que escolher sua área de formação profissional para o resto da vida? O que acontece se resolver optar por outro caminho depois de cursado alguns semestres? Terá que refazer todo o ensino médio?

Fonte: Alerta Social.

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