Honduras: uma mulher e a resistência no poder

Redação Desacato.- Marina Caixeta e Sofia Andrade entrevistaram Carlos Estrada, assessor de Relações Internacionais e ex-vice-ministro das Comunicações do governo de Honduras, cuja presidenta é Xiomara Castro.

Honduras é um país bastante conservador, com tendência a absorver as políticas dos Estados Unidos. Após o golpe de Estado contra Manuel Zelaya, em 2009, o país começou a mudar política, social e culturalmente. Aspira-se a ter uma perspectiva emancipadora e romper um preceito relacionado ao papel das mulheres na política. Este processo foi liderado pela presidenta Castro durante os 12 anos de ditadura. Foi necessário romper com muitos preconceitos do patriarcado e um machismo bastante forte instalado entre os conservadores e os liberais. O Partido Liberdade e Refundação busca romper com esse tradicionalismo político de Honduras também através dos movimentos sociais que conseguiram se desenvolver porque a política sempre se manteve dentro dos partidos políticos: o Nacional, conservador, e o Liberal.

Honduras pode ser considerado o país laboratório das táticas e metodologias que poderiam ser usadas para intervir em outros países. O “lawfare” ou perseguição política através Poder Judiciário, começou lá.

As pessoas se informavam através dos jornais locais, o que não permitia entender o que realmente estava acontecendo. Em 2009, só existia o Facebook, nenhuma outra rede social e havia pouco acesso à internet em geral. As formas de romper com o bloqueio midiático só podiam acontecer pelo Facebook. À medida que as redes sociais foram aparecendo, as diversas gerações conseguiram expor a outra versão dos fatos que não aparecia na mídia hegemônica local. Houve um debate entre gerações, o que ajudou a aliviar o processo de entendimento de deslegitimação do movimento popular realizado pela mídia e os poderes tradicionais. A ditadura teve que intervir em várias rádios comunitárias e locais para impedir que elas mostrassem a realidade do povo hondurenho e o que a ditadura estava fazendo no país.

Assista à entrevista completa no vídeo abaixo:

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