Não é genial seu Sebastián?

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Paradoxos do primeiro matrimônio legal entre dois homens no Chile

Por Bruno Bimbi.

Enquanto no Uruguai e na França aprovam o matrimonio igualitário e em Oberá, Misiones (Argentina), dois delinquentes são contratados pelo prefeito Ewaldo Rindfleisch para dar um curso de capacitação em homofobia aos docentes municipais – para lhes ensinar como devem discriminar e torturar psicologicamente as crianças desde a mesmíssima creche; tudo pago pelo Estado –, o Registro Civil do Chile confirmou que em 4 de julho, às 10:30, realizar-se-á o primeiro matrimônio legal entre dois homens na cidade de Santiago.

Como fizeram Alex e José no fim de 2009 em Ushuaia, Argentina, Lukas Berredo e Elías Jiménez serão os primeiros chilenos a dar o sim ante a lei do seu país.

No Chile não tem, ainda, matrimônio igualitário, e o presidente Sebastián Piñera, que tinha prometido em sua campanha uma lei segregacionista que reconheceria alguns direitos aos casais do mesmo sexo, sem lhes reconhecerem o direito de se casar, até agora não tem cumprido nem sequer com isso. De fato, faz poucos dias, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos declarou admissível uma demanda do Movilh contra o Estado chileno por violar o direito humano de gay e lésbicas a casar-se, o que poderia dar lugar a uma sentença histórica com consequências legais para todo o continente.

Mas, o matrimônio de Lukas e Elías é absolutamente legal.

Paradoxos da discriminação…

Lukas, imigrante brasileiro, é transexual. Quando nasceu foi registrado como mulher e, embora se submeteu a cirurgias e tratamentos hormonais para adequar seu corpo e sua aparência à sua identidade de gênero, o Estado chileno não o reconhece como homem, em que pese nesse país, as cirurgias de  reordenação sexual são legais e financiadas pelo sistema de saúde. A justiça lhe permitiu mudar de nome e no seu documento de identidade diz que se chama Lukas, mas, também diz: “sexo:feminino”. As mudanças de nome e sexo na documentação devem passar pelo judiciário, porque no Chile não tem lei de identidade de gênero.

E tem mais.

Elías é gay, mas, Lukas não é seu companheiro. Ambos são ativistas do MUMS, uma organização de direitos civis, e são amigos. Lukas é heterossexual e sua namorada é uma mulher, mas não poderia casar-se com ela porque, para o Registro Civil chileno, ele também o é. E o matrimônio entre duas mulheres não é legal.

Então, para mostrar como a lei é absurda, ele foi ao Registro Civil pedir turno para casar-se com outro homem. E tiveram que conceder. Lukas se burlou, assim, dos prejuízos que lhe impedem casar-se com uma mulher mas, por não reconhecê-lo como homem, lhe permitem casar-se com outro homem. Parece ridículo, mas, é a lei.

No início, não queriam lhe dar o turno, porque ao ver- lhes, não ficavam dúvidas que eram dois homens. E dois homens, segundo a lei chilena não se podem casar. “É um absurdo que eu, sendo um homem heterossexual, não posso casar-me com a minha companheira mulher devido a que meus documentos me assinalam como sendo do sexo feminino. Y também poderia me casar com um homem porque minha identidade de gênero é masculina. Ou seja, se desejasse, não poderia fazê-lo com ninguém. Isso explicita a inconsequência do sistema judiciário chileno”, disse à imprensa quando lhe falaram isso.

O desafio de Lukas era claro: ou me reconhecem como homem e me deixam casar-me com minha mulher, ou me tratam como mulher e me deixam casar-me com um homem – vocês decidem.

Por fim, o Registro Civil lhe exigiu, como condição para casar-se com Elías, que provasse que,legalmente, o Estado chileno o considerava mulher. E, mal que lhe pese, pode comprová-lo, assim que não restou outra que dizer sim.

“Agora todo mundo acredita que sou gay, e não me incomoda,não é um insulto, não me ofende, mas, eu gosto de mulheres”, disse Lukas ao sítio The Clinic Online.

 “Ahora todo el mundo cree que soy gay, y no me molesta, no es un insulto, no me ofende, pero a mí me gustan las mujeres”, le dijo Lukas al sitio The Clinic Online.

Não é genial?

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N.T. Um homem que recebeu o artigo de uma mulher adaptou este teste de esquizofrenia do Estado chileno, para que todos os homens, as mulheres, os gays, as lésbicas, os transexuais e o Santo Padre que vive em Roma, possam ler em português. Pertence o senhor tradutor a: América Latina Palavra Viva.

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¿No es genial Don Sebastián?

Paradojas del primer matrimonio legal entre dos hombres en Chile

Por Bruno Bimbi.

Mientras Uruguay y Francia aprueban el matrimonio igualitario y en Oberá, Misiones, dos delincuentes son contratados por el intendente Ewaldo Rindfleisch para dar un curso de capacitación en homofobia a los docentes municipales —para enseñarles cómo deben discriminar y torturar psicológicamente a los niños desde el jardín de infantes; todo pago por el Estado—, el Registro Civil de Chile confirmó que el 4 de julio, a las 10:30, se realizará el primer matrimonio legal entre dos hombres en la ciudad de Santiago.

Como hicieron Alex y José a fines de 2009 en Ushuaia, Argentina, Lukas Berredo y Elías Jiménez serán los primeros chilenos a dar el sí ante la ley de su país.

En Chile no hay, todavía, matrimonio igualitario, y el presidente Sebastián Piñera, que había prometido en su campaña una ley segregacionista que reconocería algunos derechos a las parejas del mismo sexo, sin reconocerles el derecho a casarse, hasta ahora no ha cumplido ni siquiera eso. De hecho, hace pocos días, la Comisión Interamericana de Derechos Humanos declaró admisible una demanda del Movilh contra el Estado chileno por violar el derecho humano de gays y lesbianas a casarse, que podría dar lugar a un fallo histórico con consecuencias legales para todo el continente.

Pero el matrimonio de Lukas y Elías es absolutamente legal.

Paradojas de la discriminación…

Lukas, inmigrante brasileño, es transexual. Al nacer, fue registrado como mujer y, aunque se sometió a cirugías y tratamientos hormonales para adecuar su cuerpo y su apariencia a su identidad de género, el Estado chileno no lo reconoce como hombre, pese a que en ese país, las operaciones de reasignación sexual son legales y financiadas por el sistema de salud. La justicia le permitió cambiarse de nombre y en su cédula de identidad dice que se llama Lukas, pero también dice: “sexo: femenino”. Los cambios de nombre y sexo en la documentación deben judicializarse, porque Chile no tiene ley de identidad de género.

Y hay más.

Elías es gay, pero Lukas no es su pareja. Ambos son activistas del MUMS, una organización de derechos civiles, y son amigos. Lukas es heterosexual y su novia es una mujer, pero no podría casarse con ella porque, para el Registro Civil chileno, él también lo es. Y el matrimonio entre dos mujeres no es legal.

Entonces, para mostrar lo absurda que es la ley, fue al Registro Civil a pedir turno para casarse con otro hombre. Y tuvieron que dárselo. Lukas se burló, así, de los prejuicios que le impiden casarse con una mujer pero, por no reconocerlo como varón, le permiten casarse con otro. Si lo reconocieran legalmente como varón —y si Elías fuera su pareja de verdad— no lo dejarían. Parece ridículo, pero es la ley.

Al principio, no querían darle el turno, porque, al verlos, no quedaban dudas de que eran dos hombres. Y dos hombres, según la ley chilena, no se pueden casar. “Es un absurdo que yo, siendo un hombre heterosexual, no puedo casarme con mi pareja mujer debido a que mis documentos me señalan como del sexo femenino. Y tampoco podría casarme con un hombre porque mi identidad de género es masculina. O sea, si deseara casarme, no podría hacerlo con nadie. Eso explicita la inconsecuencia del sistema judicial chileno”, le dijo a la prensa cuando le dijeron que no.

El desafío de Lukas era claro: o me reconocen como varón y me dejan casarme con mi mujer, o me tratan como mujer y me dejan casarme con un varón — ustedes deciden.

Al final, el Registro Civil le exigió, como condición para casarse con Elías, que probara que, legalmente, el Estado chileno lo consideraba mujer. Y, mal que le pese, pudo probarlo, así que no les quedó otra que decirle que sí.

“Ahora todo el mundo cree que soy gay, y no me molesta, no es un insulto, no me ofende, pero a mí me gustan las mujeres”, le dijo Lukas al sitio The Clinic Online.

¿No es genial?

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