Motoristas de ônibus entram em greve nesta sexta-feira em São Paulo

Prefeito Bruno Covas lava as mãos. “A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias” / Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Após bloquear 21 dos 29 terminais de ônibus de São Paulo ontem, quinta-feira (5), os motoristas decidiram por uma greve que começará às 0h desta sexta-feira (5). A paralisação foi determinada após assembleia do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas).

O sindicato da categoria distribuiu panfletos nos terminais informando a população que os interromperam a circulação dos ônibus por conta da decisão do prefeito Bruno Covas, que anunciou redução da frota e um novo edital de licitação do sistema de transporte coletivo na capital paulista.

“Embora não admita publicamente, o prefeito Bruno Covas tem adotado medidas que comprometem seriamente a qualidade do serviço e que devem resultar na demissão em massa dos trabalhadores o que, consequentemente, refletirá na qualidade do serviço prestado aos usuários”, afirma o Sindmotorista no panfleto.

De acordo com o sindicato, 450 ônibus já foram retirados das ruas e outros 1 mil devem sair de linha até o final de 2019. A entidade calcula  que ao menos 6 mil motoristas sejam demitidos ainda neste ano.

Após reunião com Covas, os motoristas concordaram em retomar a circulação dos ônibus nesta quinta-feira para garantir o retorno da população para as suas casas. Porém, as garagens e terminais devem amanhecer fechadas amanhã.

Paralisação

Além de fechar os terminais, os motoristas estacionaram os ônibus em vias importantes da cidade, chamando a atenção para o protesto. Vias como a avenida Brigadeiro Luis Antônio, 23 de Maio, 9 de Julho, Viaduto Maria Paula e Libero Badaró estavam com trânsito parcialmente interrompido, com os veículos ocupando ao menos uma faixa.

Na frente da Prefeitura de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, os motoristas também organizaram um protesto com faixas e carro de som. Covas lavou as mãos e afirmou que a relação trabalhista deve ser resolvida entre as empresas e os seus funcionários.

“A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias para que a população não saia prejudicada”, disse o prefeito, que não dimensionou o impacto da medida da prefeitura no orçamento das contratadas.

O prefeito ainda confirmou que os cobradores serão direcionados para outras ocupações dentro das empresas. “Hoje, menos de 5% das passagens são pagas em dinheiro, você tem um custo para arcar só com 5% dos passageiros. Várias cidades já modernizaram com a questão do fim do cobrador e a cidade de São Paulo tem que avançar”, afirmou Covas, que não apontou quantos profissionais podem ser demitidos com a mudança.

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