Maricultores vão exigir na Justiça indenização por danos à atividade

    Foto: Divulgação / sxc.hu

    Queda no consumo e comércio chega a 70%, consequência do derrame de ascarel da Celesc

    Os maricultores de Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui vão na entrar na Justiça contra a Celesc. Querem indenização pelos danos indiretos do derrame de ascarel na atividade. Apesar dos moluscos da região não terem sido diretamente afetados pela suspeita de contaminação, a queda no consumo está causando prejuízos.
    Nei Leonardo Noli (Sambaqui) e Zeca Queiroz (Santo Antônio), dois antigos maricultores da região, confirmam o ingresso com a ação judicial e falam dos danos que continuam sofrendo e não sabem quando a onda negativa vai terminar. As ações serão individuais.
    O primeiro maricultor da Ilha, Zeca Queiroz, trabalha sozinho toda segunda-feira, quando o auxiliar ganha folga. Numa segunda-feira de novembro ele chegou a vender 158 dúzias de ostras. Com o derrame de ascarel veio a queda: 38 dúzias, 28, 11 e oito dúzias nas últimas segundas de janeiro e fevereiro. “Hoje (18.2) vendi apenas três dúzias”, conta.
    Outro dado do prejuízo: turistas do Rio e São Paulo que vieram passar as festas de fim de ano em Florianópolis haviam encomendado 443 dúzias, mas tudo foi  cancelado com a notícia do ascarel. “Tudo piorou quando alguém apareceu na televisão dizendo que ele contamina e pode provocar câncer em 10 anos. Isso aí matou a atividade”, enfatiza Zeca.

    Sambaqui
    O agrônomo Nei Noli olha o mar de Sambaqui onde cultiva ostras há quase duas décadas. “As ostras que estão lá já deveriam ter sido consumidas”, comenta. No ano passado ele colocou um milhão de sementes na água e tem dúvidas sobre a quantidade a ser reposta. “Com a notícia do ascarel o consumo caiu pela metade. Nesse momento chega a 70%”, calcula.
    Praticamente todos os maricultores da região assinaram procuração para que um advogado encaminhe as ações. A queda brusca no comércio de moluscos aconteceu na alta temporada de verão, momento de maior consumo, afetando toda a cadeia – do produtor aos restaurantes, passando por peixarias e Mercado Público.

     Fonte: Daqui na Rede

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