Estamos em crise, mexicanos

Protestos não México, quarta-feira 12 de janeiro pelo aumento da gasolina. Foto: Hector Guerrero | AFP
Protestos não México, quarta-feira 12 de janeiro pelo aumento da gasolina. Foto: Hector Guerrero | AFP

Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.

(Português/Español).

Como uma bola de neve que cai de uma ladeira e vai ficando cada vez maior para acabar desfeita no solo, assim imagino a descrição gráfica da situação atual do país. O aumento no preço das gasolinas não só gerou violência, confusão e raiva, mas também algo que já sabíamos que viria: o aumento dos preços da cesta básica. As ameaças ao México do presidente cor laranja dos Estados Unidos já foram cumpridas. E nosso honorável, belo e super inteligente presidente segue sem acertar nada em seus discursos.

Os protestos contra o aumento da gasolina continuam brilhando, todos com a mesma demanda: a saída do nosso seu Enrique Peña Nieto e o chega aos altos preços das gasolinas. O governo já não sabe o que falar, nem o que fazer nem onde se esconder. Sua primeira resposta é que o aumento acontece porque foram ajustados os preços internacionais para estar à altura das grandes potências (porque nos sonhos irrealizáveis do presidente, o país voa para se tornar uma potência mundial) e o mesmo governo do Estado através de suas redes sociais nos proporcionou esta tabelinha:

Bastante claro, se nos estamos ajustando segundo os padrões internacionais, por que não subir os salários como nesses países para que os gasolinaços não nos peguem? A resposta do governo foi nula.

  • Hong Kong – 4.16 dólares por hora ( R$ 13,16 por hora)
  • Noruega – 12 libras por hora (46,07 por hora)
  • Israel – 25 shekels por hora (R$ 20,51 por hora)
  • Italia – 28 euros por hora (R$ 27,58 por hora)
  • México- 12 pesos por hora (R$ 10,85 pesos por dia) L

A segunda resposta do governo é que é impossível eliminar o Imposto Especial sobre Produção e Serviços, mais conhecido como IEPS, um imposto que se paga pela produção, venda ou importação de gasolinas, álcool, cerveja e tabaco, por citar só alguns exemplos. Este imposto, ao igual do que o IVA (imposto sobre valor agregado) é um gravame indireto, que não é pago pelos produtores dele. Este imposto se traslada para os clientes.

Uns amigos e eu calculamos o custo do litro de petróleo extraído dos solos mexicanos tomando como base os dados da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e Petróleos Mexicanos (processo de petróleo cru e refinaria).

Custos por litro.

  • Petróleo. R$ 0,11 (59.6% )

   2.2 lts.= 1lto. Gasolina

  • logística. R$ 0,03 (11.8%)
  • refinamento R$ 0,03 (11.3%)
  • impostos R$ 0,04 (17.3%)

 ————————–

 Gasolina. R$  0,35 (100%)

+/- Perdas. R$  0,18 (50%)

Utilidade

 ————————-

 Custo gasolina R$ 0,53 l.

+/- Impostos R$ 1,04 (200%)

 ————————–

 R$ 1,57 em teoria deve ser o preço real do litro de gasolina. Se tirarmos o imposto IEPS, o preço teria que ser $3.55 porque somos um país petroleiro.

Agora, não devemos esquecer que PEMEX é a empresa que brilha por sua administração pouco honesta e corrupta, já que grande parte do lucro vai parar nos bolsos dos políticos e empresários em lugar de investi-lo em pesquisa e inovação de tecnologia. Então, acrescentamos a nossa conta, o seguinte:

“Despesas Indiretas”

R$ 0,66 (sindicato)

R$ 0,30 (muro Trump é um exemplo)

R$ 0,15 (EPN)

R$ 0,06 (Família Cárdenas e a expropriação, porque foi Lázaro Cárdenas quem em 1938 expropriou o petróleo e nacionalizou a empresa petrolífera que estava em mãos estrangeiras).

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 R$ 2,73 por litro de gasolina.

A terceira desculpa, digo, resposta do nosso honorável presidente, belo, talentoso, trabalhador e transparente, foi falar para seu machucado povo que, lastimavelmente a fonte de petróleo está secando e o comparou com a galinha dos ovos de ouro. Pois é, o presidente deu por finalizadas as tão árduas e controversiais discussões no Congresso da União e depois de ter fracassado com seu programa para apoiar a economia mexicana com um texto que a Câmara de Comércio qualificou de incoerente. Sua postura é que “o objeto da disputa que gerou a desaparição da cesta básica, o aumento generalizado de preços e a queda do valor do peso frente ao dólar. Se sabia que aconteceria desde o momento em que a galinha dos ovos de ouro deixou de pôr todo dia e hoje praticamente bota um ovo de vez em quando”.

Os deputados e senadores, em um ato de solidariedade com o povo mexicano, recusaram seu presente secreto anual, quer dizer, um celular novo e bônus econômico, mas seguem recebendo seus vales de apoio para o consumo de gasolina. E nosso vaidoso presidente, seu Enrique Peña Nieto saiu na sua defesa, explicando que não dá para cortar nem o seu salário nem o dos legisladores nem dos secretários pelo grande peso que acarreta ter a responsabilidade pelo país.

Lastimavelmente enquanto o governo do Estado procura desculpas para convencer o povo mexicano a aceitar os gasolinaços, está chegando e é uma realidade a inflação dos preços da cesta básica. As lojas já aumentaram os preços de seus produtos e até o primeiro concerto de Björk na Cidade do México esta caríssimo (R$ 1.790, too expensive).

Como se a inflação não fosse um golpe forte nos baixos de nossa economia, o eleito presidente bronzeado que em alguns dias tomará posse na Casa Branca já ameaçou cumprir algumas de suas propostas de campanha. A primeira é o imposto a empresas estadunidenses que tenham empresas em território mexicano.

A empresa estadunidense Ford Motor Company anunciou na semana passada que cancela seu plano de construir uma montadora em San Luis Potosí, México, levando o investimento de 1.927.934.525 de reais, do México e eliminando a possibilidade de gerar 600 empregos. Além do mais, a saída da Ford do país gerou um movimento brusco na bolsa de valores e um aumento do dólar que está cotado em 3,27 reais.

A mesma ameaça se aplicou à empresa japonesa Toyota e a alemã Volkswagen, que montam carros em solo mexicano e os exportam aos Estados Unidos. Estas marcas fizeram caso omisso e declararam que não cederão diante do chilique do empresário e presidente eleito dos Estados Unidos Donald Bronzeado Trump.

Trump também não esqueceu a promessa da construção do muro. Ele diz que o país vai pagá-lo de alguma forma.

Como se eu fosse um telejornal de horário “prime” (porque minha função aqui é informar sobre o que ocorre no México), além do aumento do preço das gasolinas, a inflação dos preços nos bens e serviços e as ações negativas de Trump em relação ao México, vem a negligência médica por parte do Setor da Saúde do estado de Veracruz. O atual governador revelou que durante a administração do assassino de ativistas, desviador de fundos do estado, priista (N. da R.: Do partido PRI) e prófugo da justiça Javier Duarte foi aplicada quimioterapia falsa a crianças com câncer.

“Temos o resultado de um laboratório que informou que o medicamento que se administrava a crianças, uma quimioterapia, não era realmente um medicamento, mas um composto inerte, praticamente água destilada”, disse o governador Miguel Ángel Yunes.

Quando não lhes dão leite radioativo, ou mingau em pó, roubam os medicamentos a crianças com câncer. Se isso aconteceu em Veracruz, quem me garante que não ocorre nos outros estados da república?

E por último, é uma notícia que ja passou, de fato da primeira semana de janeiro, mas me dá muita raiva, porque enquanto eu fiz faculdade, tenho especialização em política exterior e sou especialista em direito diplomático; o Estado prefere contratar para o cargo da Secretaria de Relações Exteriores uma pessoa que não sabe nada, que não faz nem ideia do que é um protocolo para atos diplomáticos, que carece de conhecimentos em matéria de conflitos internacionais, mas que tem vontade de aprender. Estamos falando de Luis Vedegaray. É, aquele mesmo que teve a brilhante ideia de convidar Donald Trump ao país para que reconsiderasse sua postura sobre o México. A visita só fortaleceu a imagem de Trump e que ele ridicularizasse a imagem de nosso submiso presidente Peña Nieto. Assim de injusta é a vida.

Enquanto rolamos para o precipício como bola de neve até o nosso cruel final, ainda temos a esperança de que o sonho da revolução ou, no mínimo, a dissolução do governo seja possível. Enquanto isso não vira realidade, o presságio é de uma crise econômica mortal.

Tradução: Tali Feld Gleiser.


Estamos en crisis, mexicanos

Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.

Tal como una bola de nieve que cae desde una pendiente y se va haciendo cada vez más grande hasta chocar y terminar deshecha en el suelo, así imagino la descripción gráfica de la situación actual del país. El alza al precio de las gasolinas no solo ha generado violencia, confusión y enojo, sino también algo que ya veíamos venir, el alza a los precios de la canasta básica. Las amenazas hacia México del presidente naranja de los Estados Unidos ya se han cumplido. Y nuestro honorable, guapo y súper inteligente presidente sigue sin dar ni un acierto en sus discursos.

Las protestas contra el alza de la gasolina siguen en todo su esplendor, todos con la misma petición, la salida de nuestro Don Enrique Peña Nieto y el alto a los precios de las gasolinas. El gobierno ya no sabe qué decir o qué hacer o dónde esconderse. Su primera respuesta es porque se ajustaron a los precios internacionales para estar a la altura de las grandes potencias (porque en los sueños guajiros del presidente, el país va que vuela para potencia mundial) y el mismo gobierno del Estado a través de sus redes sociales nos proporcionó esta tablita:

Bastante claro, pero si nos estamos ajustando bajo estándares internacionales ¿Por qué no subir los sueldos como en esos países para que los gasolinazos no nos peguen? La respuesta del gobierno fue nula.

  • Hong Kong – 4.16 dólares la hora ( 88.52 pesos la hora)
  • Noruega – 12 libras la hora (310 pesos la hora)
  • Israel – 25 shekels la hora (138 pesos la hora)
  • Italia – 28 euros la hora ( 185.59 pesos la hora)
  • México- 12 pesos la hora (73 pesos al día) L

La segunda respuesta del gobierno es que es imposible eliminar el Impuesto Especial sobre Producción y Servicios, más conocido por IEPS, que es un impuesto que se paga por la producción, venta o importación ya sea de gasolinas, alcoholes, cerveza  y tabacos, por nombrar algunos ejemplos. Este impuesto al igual que el IVA es un gravamen indirecto, no lo pagan los productores del mismo, este impuesto se traslada a los clientes.

Unos amigos y yo sacamos el costo del litro de crudo extraído de los suelos mexicanos tomando como base los datos de la Organización de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) y Petróleos Mexicanos (proceso de petróleo crudo y refinería).

Costos por litro.

  • Petróleo. 77¢ (59.6% )

   2.2 lts.= 1lto. Gasolina

  • logística. 19¢ (11.8%)
  • refinación 19¢ (11.3%)
  • impuestos 29¢ (17.3%)

 ————————–

 Gasolina. $2.37 (100%)

+/- merma. $1.18 (50%)

 Utilidad

 ————————-

 Costo gasolina $3.55 l.

+/- IEPS, IVA $7.00 (200%)

 ————————–

 $10.55 en teoría este debe ser el precio real del litro de gasolina, si le quitamos el IEPS el precio tendría que ser $3.55 porque somos país petrolero.

Ahora no debemos olvidar que PEMEX es la empresa que brilla por su administración poco honrada y corrupta, ya que gran parte de las ganancias van a parar a los bolsillos de los políticos y empresarios en lugar de invertirlos en la investigación e innovación de tecnología, entonces a nuestra cuenta le agregamos lo siguiente:

“Gastos Indirectos”

$4.45 (sindicato)

$2.00 (muro Trump es un ejemplo)

 $1.00 (EPN)

 40¢ (Flia. Cárdenas y la expropiación, porque fue Lázaro Cárdenas quien en 1938 expropió el petróleo y nacionalizó la empresa petrolera que estaba en manos de los extranjeros).

 ————————–

 $18.40 litro de gasolina.

La tercera excusa, digo, respuesta de nuestro honorable presidente, guapo, talentoso, trabajador y transparente fue decirle a su tan lastimado pueblo que lamentablemente la fuente de petróleo se está secando y lo comparó con la gallina de huevos de oro (¿No era ganzo?), así es, el presidente dio fin a las tan arduas y controversiales discusiones en el Congreso de la Unión y después de haber fracasado con su programa para apoyar la economía mexicana con un texto que la Cámara de Comercio tachó de incoherente. Su postura es que “el objeto de la disputa que generó la desaparición de la canasta básica, el alza generalizada de precios y la caída del valor del peso frente al dólar, se veía venir, desde el momento en que la gallina de los huevos de oro dejó de poner todos los días y hoy prácticamente pone un huevo de vez en cuando”.

Los diputados y senadores en un acto de solidaridad con el pueblo mexicano han rechazado su regalo secreto anual, es decir, celular nuevo y bono económico, pero siguen recibiendo sus vales de apoyo para el consumo de gasolina. Y nuestro coqueto presidente, don Enrique Peña Nieto salió a su defensa, explicando que no se puede recortar el sueldo de él  ni de los legisladores ni de los secretarios por el gran peso que conlleva tener la responsabilidad del país.

Lamentablemente mientras el gobierno del Estado busca una que otra excusa para convencer al pueblo mexicano y que por ende acepte los gasolinazos, se viene y ya es una realidad la inflación de los precios de la canasta básica. Los negocios ya han subido los precios de sus productos e incluso el primer concierto de Björk en la Ciudad de México esta carísimo (12 mil pesos, too expensive).

Pero como si la inflación no fuera un golpe fuerte en los bajos de nuestra economía, el ya elegido presidente naranja que en algunos días tomara posesión en la Casa Blanca amenazó cumplir algunas de sus propuestas de candidatura. La primera es el impuesto a empresas estadounidenses que tengan maquilas en territorio mexicano.

La empresa estadounidense Ford Motor Company anunció la semana pasada que cancela su plan de construir una planta armadora en San Luis Potosí, México, llevándose la inversión de 600 millones de dólares de México y eliminando la posibilidad de generar 600 empleos. Además la salida de Ford del país generó un movimiento brusco en la bolsa de valores y un aumento del dólar que ya se cotiza en 22 pesos.

La misma amenaza también se aplicó para la empresa japonesa Toyota y para la empresa alemana Volkswagen quienes arman carros en suelo mexicano y los exportan a los Estados Unidos. Estas marcas han hecho caso omiso y han declarado que no cederán ante los berrinches del empresario y ahora presidente de los Estados Unidos Donald Naranja Trump.

Tampoco Trump ha olvidado la promesa de la construcción del muro, dice que de alguna manera nuestro país lo va a pagar.

A manera de noticiero de la noche (porque mi función aquí es informar sobre lo que ocurre en México) además del alza de del precio de las gasolinas, la inflación de los precios en los bienes y servicios y las acciones negativas de Trump hacia México, viene la negligencia médica por parte del Sector Salud del Estado de Veracruz, el actual gobernador de dicho Estado ha revelado que durante la administración del asesino de activistas, desviador de fondos del estado, priista y prófugo de la justicia Javier Duarte se aplicó quimioterapias falsas a niños enfermos de cáncer.

“Tenemos ya resultado de un laboratorio que señaló que el medicamento que se administraba a niños, una quimioterapia, no era realmente un medicamento, sino que era un compuesto inerte, era agua prácticamente destilada”, señaló el gobernador Miguel Ángel Yunes.

Y es que cuando no les dan leche radioactiva, o papilla en polvo, les roban la medicina a los niños con cáncer. Sí eso pasó en Veracruz quién me asegura que no pasa en los demás estados de la república.

Y por último, ya es una noticia pasada, de hecho de la primera semana de enero pero me da mucho coraje, porque mientras yo estudié una carrera, me especialicé en política exterior y me volví experta en derecho diplomático; el Estado prefiere contratar para el puesto de Secretario de Relaciones Exteriores a una persona que no sabe nada, que no tiene ni idea de un protocolo para actos diplomáticos, que carece de conocimientos en materia de conflictos internacionales, pero que tiene todas las ganas de aprender. Estamos hablando de Luis Vedegaray. Así es, la persona que siendo Secretario de Hacienda tuvo la flamante idea de invitar a Donald Trump al país para que reconsiderada su postura hacia México. Sin embargo, la visita solo fortaleció la imagen de Trump y dio pie para que este se burlara de la imagen de nuestro sumiso presidente Peña Nieto. Así de injusta es la vida.

Mientras vamos rodando hacia el despeñadero como bola de nieve hasta nuestro cruel final, aún tenemos la esperanza de que el sueño de la revolución o, mínimo, la disolución del gobierno sea posible. Mientras no ocurre, el presagio es de una crisis económica mortal.

 

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