Ciclistas de Florianópolis organizam protesto e abaixo-assinado

Por Camila Ignácio, de Florianópolis, para Desacato.info.

Após a sétima morte na estrada SC-401, moradores da capital catarinense começam uma luta por seus direitos de locomoção. Carregando uma bicicleta vermelha, que representa a morte de Simoni Bridi,  jovem atropelada enquanto pedalava no domingo (24), manifestantes devem ocupar a rodovia nessa sexta-feira (29) para pedir a construção de uma ciclovia. Os ciclistas também vão colocar outras 300 bicicletas brancas durante a SC-401 para simbolizar que qualquer um poderia ser vítima desse trajeto, que teve seu projeto cicloviário ignorado pelos governantes desde sua construção.
 
A organização do protesto está acontecendo pelas redes sociais e um abaixo-assinado foi construído com as demandas dos manifestantes. Em poucas horas, ele já continha cerca de 450 assinaturas.
 
 
Carta dos manifestantes:
 
“A João Raimundo Colombo
Governador do Estado de Santa Catarina
João Carlos Ecker
Secretario de Estado de Infraestrutura/
Wanderley Teodoro Agostini
Presidente do Departamento de Estado de Infraestrutura (DEINFRA/SC)
Ten. Cel. PM José Norberto de Souza Filho
Comandante do Batalhão da Polícia Militar Rodoviária
Sociedade Catarinense
Prezados,
Nós, ciclistas que pedalamos pelas rodovias catarinenses, tendo em vista a reiterada quantidade de não acidentes que vitimam e tiram vidas na rodovia estadual SC-401, sensibilizados por mais uma morte que poderia ter sido perfeitamente evitável em caso de boa gestão do bem público, viemos, por meio deste ofício, tal qual uma carta aberta, requerer aos gestores públicos as seguintes ações que permitam aos usuários de bicicleta terem assegurado o seu direito à vida:
(i) Aumento da fiscalização da Lei Seca, em especial aos finais de semana, e ações necessárias para o cumprimento deste objetivo;
(ii) Redução das velocidades máximas permitidas nos trechos urbanos, visando à futura implementação do projeto previsto pelo Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (PLAMUS);
(iii) Fiscalização contínua de velocidade na via, uma vez que grande parte dos veículos automotores superam a velocidade máxima da SC-401 quando da ausência de fiscalização.
(iv) Envio à ALESC de projeto de lei que modifique dispositivos da Lei Estadual Promulgada 12.142/2002, possibilitando enorme melhoria da fiscalização, com a utilização de radares fixos e lombadas eletrônicas;
(v) Apresentação URGENTE de projeto cicloviário para a rodovia, com plano de execução e cronograma definido.
Tendo em vista as obras que ocorreram nos últimos anos, sugere-se o seguinte prazo de conclusão das obras, que é mais do que exequível caso haja VONTADE POLÍTICA: Trecho Canasvieiras-Jurerê em 30 meses; Trecho Saco Grande – Santo Antônio de Lisboa em 24 meses; Trecho Saco Grande – Av. da Saudade em 18 meses;
(vi) Iluminação, sinalização e proteção dos trechos mais perigosos da SC-401 e/ou onde estes são deficientes ou estão em desacordo com as normas.
Dentre os trechos, estão os cruzamentos da SC-401 em Canasvieiras, Ingleses, Jurerê, Cacupé, Caminho dos Açores e João Paulo/SOS Cárdio;
(vii) Implantação de um sistema integrado de vigilância ao longo de toda a extensão da SC-401, incluindo a instalação de câmeras de monitoramento;
(viii) Implantação de travessias seguras e acessíveis ao longo da SC-401 em todo lugar em que houver fluxo de pedestres;
(ix) Reformar e/ou construir o acostamento nos trechos em que estes se mostram precários, ausentes ou insuficientes, incluindo também a limpeza de detritos que neles se acumulam;
(x) Criar uma comissão de diálogo permanente, regionalizada, com reunião mensal, contando com a presença de membros da sociedade civil, incluindo ciclistas, a fim de acompanhar a execução das medidas planejadas e das obras e ações projetadas.”

Imagem: Pedala Floripa

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