O presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse na terça-feira na reunião dos líderes dos Estados membros da Força Expedicionária Conjunta do Reino Unido que seu país reconhece que não poderia aderir à OTAN.
“Entendemos que a Ucrânia não será um membro da OTAN. Entendemos, somos o povo certo”, disse o presidente ucraniano à sessão por videoconferência.
O presidente ucraniano denunciou as declarações contraditórias da Aliança a respeito da possível adesão da Ucrânia à OTAN. “Durante anos eles nos falaram sobre as portas supostamente abertas, mas também ouvimos que não podemos entrar, é verdade, temos que admiti-lo”, disse Zelensky.
Ele também disse que Kiev não aspira atualmente à ativação do artigo 5º do tratado da OTAN sobre defesa coletiva, embora acredite que os céus da Ucrânia devem ser protegidos como os da OTAN. A este respeito, o presidente ucraniano rejeitou como “auto-hipnose” os temores do Ocidente de que seu envolvimento no conflito na Ucrânia pudesse provocar a ameaça da Terceira Guerra Mundial. “O poder das organizações em que todos nós confiávamos foi desafiado pelas forças das convenções internacionais”, lamentou Zelensky.
Garantias de segurança
Ao mesmo tempo, o líder ucraniano instou os países ocidentais a aumentar significativamente o fornecimento de equipamentos militares a seu país, observando que as forças ucranianas estão com grande necessidade de aeronaves. Enquanto Zelensky agradeceu aos presentes pela assistência militar, ele revelou que os volumes oferecidos por seus parceiros para uma semana são gastos em apenas 20 horas.
Falando sobre a cooperação com o Ocidente, Zelenski também ressaltou que Kiev precisa de novos formatos de cooperação e garantias individuais de segurança. “Se não podemos entrar pela porta aberta, então devemos cooperar com aquelas comunidades que nos protegerão e nos darão garantias”, concluiu ele.
O status neutro da Ucrânia
Enquanto isso, o Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, enfatizou na terça-feira a importância de alcançar o status neutro da Ucrânia na prática. “Gostaria de salientar que a Declaração de Soberania do Estado da Ucrânia, adotada em 1990 em um referendo popular, estipula a aspiração de se tornar um Estado neutro, de não participar de blocos militares, de não aceitar, produzir ou adquirir armas nucleares”, disse Patrushev, acrescentando que a Constituição da Ucrânia de 1996 também se refere ao ato.
“É por isso que é necessário alcançar o status neutro da Ucrânia e descartar a possibilidade de sua admissão na OTAN”, enfatizou ele. Ao mesmo tempo, o secretário do Conselho de Segurança russo acrescentou que a Rússia promoverá o desenvolvimento da Ucrânia e a normalização da vida de seu povo fraternal.
