Por James Ratiere, para Desacato. info.
Não tô tendo tempo de novo, os passos apressados vão de encontro a ponto de ônibus que chega de supetão, quero respirar, mas não posso, pensar nas possibilidades de descansar? Jamais.
Queria o aconchego de um colo que pudesse me dizer que vai melhorar, faz diferença hoje? Não, por saber, que é mentira, não faz.
Tudo envolve continuar, sobreviver, resistir, ter nervos de aço que às vezes ou quase nunca tenho(bem assim que alguns poemas de Cruz e Souza me lembram essas figuras de linguagem, saudades de poesias nos livros guardados em sacos no meu quarto, enquanto corro para me adequar), e às vezes os meus não entendem isso, jogam palavras mais ácidas que um tapa, indiretas que machucam, ou olham para mim com aquela cara como se eu fosse esquisito. Você já sofreu bullying? Então deve saber do que eu estou falando, essas coisas são gatilhos para que a saúde mental apenas vá para baixo. Fora as notícias que vão inundando nossas cabeças com improbabilidades que nem me meus piores pesadelos poderia pensar que pudesse acontecer.
“É mas o culpado é…” Não perguntei, e normalmente quem fala isso é a pessoa que ajudou a causar a situação atual.
Já não há mais esperança, quer dizer, essa, está presa lá no fundo detida, isso que eu disse antes, encarcerada, com vendas e emudecida. Sou um daqueles que poderia dizer “tenho orgulho de estar aqui, pois minha mãe é a principal inspiração dizendo pra eu teimar, e eu consegui mãe, isso é pra você”, mostrando um canudo de formatura, mas na atual conjuntura, se eu sobreviver até os 35 anos, é lucro.
Mãe, eu tô tentando.