Por Victor Farinelli.
O vídeo que se tornou tendência nas redes sociais na Argentina nesta sexta-feira (7) mostra que o partidarismo da imprensa argentina não se importa nem mesmo em comemorar a desgraça de milhares de pessoas nesse país.
Durante um programa matutino do canal de notícias TN (pertencente ao Grupo Clarín, empresa argentina que possui hegemonia similar à da Globo no Brasil), os jornalistas Diego Leuco e Santiago Fioretti tentavam dissimular a felicidade em anunciar estimativas que indicam que a Argentina terá um aumento da média diária de contágios na próxima semana, e que poderia alcançar um número recorde, superando a marca de 10 mil novos casos diários, número que pressionaria o governo de Alberto Fernández.
Desde a chegada da pandemia na Argentina, os grandes meios de comunicação, opositores ao governo progressista de Fernández, vêm tentando emplacar um discurso contrário às medidas de isolamento e proteção social aos trabalhadores.A ofensiva contra a política de saúde do atual governo não se deve somente a uma pressão dos grandes grupos empresariais como pelo fato de que as políticas do governo da Argentina sobre a pandemia têm sido um sucesso, e garantem uma popularidade de Fernández de 67%.
A Argentina é um dos países que melhor conteve a pandemia nos primeiros meses, decretando quarentena total assim que os primeiros casos foram identificados. Mesmo depois de um aumento do ritmo de contágios, registrado nos últimos meses, continua com números bem abaixo dos observados na maioria dos países da região: atualmente, apresenta 228 mil casos e apenas 4,3 mil mortes, um cenário bastante favorável se comparado aos 3 milhões de infectados e 100 mil óbitos que o vizinho Brasil, governado pelo ultradireitista Jair Bolsonaro, está prestes a alcançar.