Vídeo. Deputado bolsonarista defende que professora seja fuzilada em paredão: “jumenta comunista”

    Deputado Eder Mauro (PL) , captura de tela

    Por Bruna Alessandra.

    O deputado federal bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) defendeu nesta quarta-feira (1º) durante a Comissão de Direitos Humanos e Minoria, da Câmara dos Deputados, que uma professora fosse colocada em um “paredão” de fuzilamento por ter usado uma imagem de Jesus Cristo em uma prova escolar. 

    parlamentar usou uma postagem ator Mário Gomes em que o artista  atacava uma professora, por ela ter usado em uma prova, o meme da obra “Cristo Crucificado”, do artista espanhol Diego Velásquez, no qual a legenda da imagem dizia: “Bandido bom é bandido morto”.

    O ator, que teria um filho na turma da professora contou nas redes sociais que abriu um boletim de ocorrência contra a docente por intolerância religiosa.

    No entanto, durante a comissão de Direitos Humanos, o deputado bolsonarista  iniciou o discurso chamando a docente de “jumenta empoderada e comunista” e disse que ela — que não teve a identidade divulgada — “envergonha a classe de professores”.

    Veja a fala do parlamentar

    Aos berros, o deputado também criticou colegas e os acusou, sem provas, de serem a favor de “tratar de ideologia de gênero para ensinar sexo para criança na escola”.

    Os ataques continuaram, até que o parlamentar sugeriu que a docente deveria ser colocada em um “paredão” de fuzilamento, forma de execução usada durante a guerra.

    “Esta jumenta empoderada e comunista deveria ter sido colocada em um tribunal, num paredão, para que ela não levasse esse seu entendimento para a nossa juventude, que está em formação de caráter. Por isso, eu quero dizer aqui nesta Comissão de Direitos Humanos e Minoria que nós parássemos de ver o direito de minoria. Que nós nunca deixemos de ver o direito da maioria dos brasileiros que não quer esses valores errados”, disse aos berros.

    E emendou: “(Brasileiros) Que querem, sim, que todos católicos, protestantes e todas as religiões possam ter um Deus, acreditar em um Deus, e saber que Jesus Cristo vem nessa terra para salvar a humanidade e se ela não acredita em um Deus, que ela guarde para si essa simples e infeliz posição”, concluiu.

    Entenda

    Tudo começou com o ator Mario Gomes afirmando nas redes sociais ter se deparado com um suposto caso de intolerância religiosa na prova do filho, que tem 16 anos. Na gravação, o artista mostra o enunciado com uma reprodução da obra Cristo Crucificado, do pintor espanhol Diego Velásquez, dizendo que “bandido bom é bandido morto”.

    “Hoje fiz um Registro de Ocorrência na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância na Rua do Lavradio). Meu filho está sendo vítima de intolerância religiosa por ser um católico praticante. No momento certo estarei dando ciência para vocês, meus amigos”, defende Gomes no vídeo.

    O fato é que Mário Gomes não entendeu a questão aplicada na prova de seu filho. A partir do meme com a obra “Cristo Crucificado”, o exame pedia para os estudantes identificarem pelo menos um dos três tipos puros de dominação estabelecido pelo sociólogo Max Weber, um dos principais teóricos da sociologia ocidental.

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