Vereadora acolhe projeto do Instituto Memória e Direitos Humanos e do Coletivo Memória, Verdade e Justiça que cria Rota da Memória e Verdade sobre a Ditadura Militar

Projeto apresentado por Carla Ayres (PT) mapeia 14 pontos onde houve torturas, prisões, assassinatos e manifestações

Foto: Valmor Neto / Assessoria Vereadora Carla Ayres

Com o intuito de resgatar a memória sobre um dos períodos mais sombrios da história brasileira, que foi a ditadura militar entre os anos de 1964 e 1985, a vereadora Carla Ayres (PT) protocolou um projeto de lei na Câmara Municipal de Florianópolis para instituir oficialmente a Rota da Memória e Verdade. A proposta mapeia quatorze pontos da capital catarinense onde houve torturas, interrogatórios, prisões e repressões ilegais, assassinatos, e manifestações públicas de resistência. Dados do Relatório Final da Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright apontam que 697 pessoas foram presas em Santa Catarina durante os 21 anos do regime militar.

Em seu projeto, Carla Ayres defende que a criação da Rota da Memória e Verdade é fundamental para a preservação histórica e para o fortalecimento da identidade coletiva: “38 anos após o fim da ditadura militar, poucas pessoas reconhecem os pontos de memória do período da ditadura militar nas ruas da nossa cidade. Por isso, precisamos resgatar essa história, pois ela é fundamental na construção de nossa identidade e dos nossos valores democráticos”.

A parlamentar ainda destaca que o Programa Nacional dos Direitos Humanos estabelece a preservação da memória histórica e a construção pública da verdade, como uma de suas diretrizes. O projeto apresentado pela vereadora contou com a colaboração do Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH) e do Coletivo Memória, Verdade, Justiça Derlei De Luca. O projeto também autoriza a instalação de placas que contenham informações sobre as situações enfrentadas em cada um desses espaços.

Confira abaixo os quatorze pontos da Rota da Memória e Verdade proposta por Carla Ayres:

1 – UCE – União Catarinense de Estudantes – localizada na Rua Álvaro de Carvalho, 246, Centro. Diversos estudantes foram presos na sede da instituição no dia do golpe;

2 – UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina – no DCE – Diretório Central de Estudantes da UFSC – localizado na rua Engenheiro Agronômico Andrei Cristian Ferreira, s/n – Trindade. Os estudantes se reuniram no local para organizar a Novembrada. Em frente ao DCE, há um monumento em homenagem aos perseguidos políticos, feito pelos próprios estudantes;

3 – IFSC – Instituto Federal de Santa Catarina – Avenida Mauro Ramos, 950, Centro. Em seu auditório, hoje nomeado Professor Marcos Cardoso (ex-preso político na Operação Barriga Verde), foram realizadas as audiências da Justiça Militar para julgamento dos presos políticos;

4 – Batalhão da Polícia Militar – Rua Nereu Ramos, 354, Centro. O local serviu de prisão temporária para vários presos políticos;

5 – Hospital da Polícia Militar – Rua Major Costa, 221, Centro. Foi reconhecido como local da prisão de vários presos políticos;

6 – Colônia Penal Agrícola de Canasvieiras (desativada) – Atual sede do Sapiens Parque. Localizada na Rua Luiz Boiteux Piazza, 1302 – Canasvieiras. No local ainda existe a gruta onde eram realizadas missas com os presos políticos da Operação Barriga Verde;

7 – Antiga Livraria Anita Garibaldi – Localizava-se na Praça XV de Novembro, 27, Centro. Teve seus livros queimados em uma fogueira, na Praça XV, em abril de 1964, sob acusação de serem livros comunistas. Pertencia ao escritor Salim Miguel;

8 – 5º Distrito Naval sede do CENIMAR – Rua Nunes Machado esquina com Av. Hercílio Luz. Ali funcionava o núcleo mais atuante em perseguir militantes em Santa Catarina. O CENIMAR (Centro de Informações da Marinha) foi identificado como responsável pela prisão e assassinato do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Higino João Pio;

9 – Escola de Aprendizes de Marinheiros – Av. Marinheiro Max Schramm, 3028, Jardim Atlântico. Local da prisão e assassinato do ex-prefeito de Balneário Camburiú, Higino João Pio, reconhecido através de perícia como consta no Relatório Final da Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright;

10 – Praça XV de Novembro – Em frente ao Palácio Cruz e Souza – Praça localizada no Centro de Florianópolis, onde aconteceu o evento que ficou conhecido como Novembrada e que resultou na prisão de 7 estudantes da UFSC;

11 – Largo São João Paulo II – Largo da Catedral Metropolitana, local onde ocorreram diversas manifestações de resistência contra a ditadura e defesa da Democracia, como o movimento “Diretas Já” que reuniu mais de 10 mil pessoas no ano de 1984;

12 – Esquina Democrática – Esquina da Rua Felipe Schmidt com a Rua Deodoro. Local onde eram providas as manifestações em defesa da Democracia;

13 – Monumentos em homenagem aos perseguidos políticos 1 – Instalado em frente a Câmara Municipal. “Monumento ao Nunca Mais” uma homenagem à resistência e a luta pela anistia e contra toda forma de opressão e;

14 – Monumentos em homenagem aos perseguidos políticos 2 – Instalado na Praça Tancredo Neves, diante da ALESC.

LANÇAMENTO OCORRE NO PRÓXIMO SÁBADO

No próximo sábado (07), a vereadora Carla Ayres fará o lançamento da Rota da Memória e Verdade sobre o período da Ditadura Militar em Florianópolis. A primeira caminhada pela rota será feita em parceria com o Guia Manezinho, que irá percorrer nove pontos localizados no Centro da cidade. A atividade é realizada com apoio do Instituto Memória e Direitos Humanos UFSC/UDESC e do Instituto Humaniza SC. Para participar do roteiro é necessária a inscrição via formulário: https://bit.ly/RotaDaMemoria

SERVIÇO:

Data: 07 de outubro (sábado)

Horário: às 14h30

Valor: a contribuição para participar é a partir de R$20,00 e pagamento deverá ser feito diretamente ao Guia Manezinho, através do PIX: [email protected]

Duração: 50 minutos de caminhada, com paradas de aproximadamente 10 minutos em cada ponto, com previsão de 2h30 de duração.


Equipe da Vereadora Carla Ayres 
Florianópolis/ Santa Catarina
Partido dos Trabalhadores 

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