Venezuela: Protestos vs. Guarimbas

b_450_0_16777215_00_http___www.minci.gob.ve_wp-content_uploads_2014_03_1-2Por Néstor Aponte.

É importante, para entender o desenvolvimento da luta de classes e do estado em que se encontra a relação de forças nessa luta, estabelecer as diferenças entre os protestos da classe trabalhadora e as guarimbas (protestos violentos com barricadas nas ruas) da burguesia e pequena burguesia pró-imperialista.

Ainda que os meios de comunicação internacionais apresentem essas manifestações de luta fascista como se fossem da mesma natureza dos protestos desenvolvidos pela classe trabalhadora, a realidade é que respondem a diferentes interesses, buscam objetivos distintos e aplicam métodos de luta diametralmente opostos.

No marco de um sistema capitalista o protesto dos trabalhadores tem, em um primeiro momento, um caráter reivindicativo e redistributivo das riquezas e da mais-valia que se gera na sociedade. Esse mesmo protesto em um estado superior, transforma a luta redistributiva em uma luta pela mudança da sociedade; isto é, do capitalismo para o comunismo, dada a impossibilidade de conquistar no capitalismo a justiça que nasce da justa redistribuição da renda e da mais-valia na sociedade.

No trânsito das distintas etapas dessa luta de classes, os diferentes setores da classe trabalhadora vão rompendo gradualmente com suas algemas ideológicas de dominação, afim de conquistar um estado de consciência que lhes permita assumir o papel de protagonista que se requer dela na tomada do poder econômico, político e social da sociedade. Uma consciência que lhe dê causa à justiça e à felicidade dos seres humanos em geral.

Quando os interesses que se promovem nos protestos estão vinculados à classe trabalhadora e seus objetivos estão centrados na tomada do poder econômico, político e cultural, então seus métodos de luta estão orientados a aprofundar a participação e a consciência de todos os trabalhadores, incluindo todos aqueles que se veem limitados em suas necessidades materiais e espirituais de vida em virtude da demanda de acumulação de capital da burguesia e do imperialismo norte-americano. Nesse contexto, são tarefas da vanguarda revolucionária o desenvolvimento das forças revolucionárias da classe trabalhadora para mobilizar e canalizar a participação e ação ideológica dos trabalhadores contra a repressão burguesa.

Por sua vez, as guarimbas fascistas respondem a interesses próprios do estado imperialista estadunidense e da burguesia nacional pró-imperialista. A pequena burguesia e os setores reacionários da classe trabalhadora, junto ao lumpemproletariado oportunista (caracterizado por alguns delinquentes) encontram nos interesses imperialistas uma forma de retaliação política, econômica e social frente ao que consideram uma agressão a eles, isto é, uma melhor redistribuição da riqueza na sociedade.

Retaliação que se expressa na exclusão, na discriminação e no racismo ao outro, à classe operária e camponesa. É o conservadorismo capitalista expressado em seus obedientes mancebos. Os objetivos das guarimbas são a retomada autoritária e brutal do poder econômico, politico, social, cultural e militar dos representantes dos interesses imperialistas perdidos ou reduzidos.

E esses objetivos eles pretendem conquistar negando ao outro, deteriorando o ambiente limpo nas cidades, assim como a convivência cidadã, criminalizando as relações de solidariedade humana do venezuelano, desativando qualquer aplicação da justiça (dando aval aos atos violentos) e exercendo a mais brutal violência contra quem pensa diferente.

Seus métodos de luta são dirigidos a exercer um terror sobre a classe operária e a classe camponesa, afim de paralisar sua capacidade de ação e anular sua consciência. Mas também é dirigida a provocar estados alterados de consciências sobre os grupos fascistas, que reduzam sua capacidade de convivência cidadã, facilitando que realizem ações mais violentas e irracionais.

Seus métodos de luta são desenhados por militares do exército estadunidense sob perspectivas sociológicas, pscicológicas, comunicacionais e militares para serem executados pelos gupos mais oportunistas da delinquência mercenária (desajustados, pessoas dos serviços de segurança privada, assassinos, etc) por trás das manifestações ou de forma isolada.

Esses grupos violentos se ocultam na falta de responsabilidade política e individual, nas redes sociais, nos ataques de hackers e no foquismo covarde e virulento. Grupos que encontram apoio na diplomacia, no sistema financeiro e no aparato comunicacional de seus padrinhos imperialistas.

O objetivo das guarimbas é criar uma divisão da sociedade baseada na exclusão, na discriminação, na intolerância religiosa e no racismo, ocultando assim qualquer vestígio de luta de classes. Mas esse objetivo apenas complementa um maior, que pretende converter a guarimba em uma expressão nacional de uma guerra assimétrica que se dá no plano internacional pelo império estadunidense contra a Venezuela.

Os métodos de luta da classe trabalhadora (com os protestos) e do fascismo (com as guarimbas) são distintos porque respondem a interesses e objetivos diametralmente diferentes e antagônicos.

Daí nossa necessidade de combater esses métodos no plano cibernético com nossos hackers, assim como no uso massivo de redes sociais próprias. No plano econômico, o desabastecimento e a especulação com redes solidárias familiares, comunitárias e com a produção caseira, assim como na organização dos consumidores e a produção nacional. O isolamento internacional com a cooperação latino-americana e com acordos de cooperação com países com capacidade econômica, diplomática e militar para enfrentar essa guerra internacional assimétrica.

Mas também estamos obrigados a dar a contra-ofensiva com contatos pessoais nas redes comunitárias da internet, nas rádios e televisões alternativas ou grupos de opinião nacional e internacional, assim como nos foros internacionais. Estamos obrigados a dizer a verdade e a reequilibrar esta guerra sem quartel que nos declarou o império estadunidense. Viveremos e venceremos, viva o socialismo!

Fonte: Diário Liberdade.

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