Redação
Na coluna “Parada Obrigatória”, Lirous K’yo entrevistou Tathiane Araújo, Presidenta da Rede Trans Brasil sobre a inclusão das mulheres trans na Lei Maria da Penha. Para Lirous, a decisão foi uma surpresa.
Quando questionada sobre fazer sentido ou não a decisão do STJ, devido a suposição da sociedade em geral de que mulheres trans possuem menos relacionamentos amorosos e afetivos e, portanto, não sofreriam desse tipo de violência, Tathiane responde: “A Lei Maria da Penha não versa só sobre o campo das relações amorosas. Nós podemos passar por abusos e violências dentro das famílias também”. Esse é um exemplo da aplicabilidade da Lei Maria da Penha com as mulheres, cis e trans.
Porém Tathiane reforça: ser mulher trans é ser vista pelo gênero feminino, o que já recai sobre essa população também uma carga estrutural do machismo. Sendo mulher trans, a sociedade nega diversos espaços de direitos e joga a estas mulheres a pobreza, a exploração sexual, a violência. “O preconceito é ainda maior sendo uma mulher trans, negra e periférica”, diz a presidenta da Rede Trans Brasil.
Para Tathiane, é preciso propagar mais esse direito conquistado. Divulgar para as mulheres trans, principalmente as que possuem pouco acesso à educação e à informação. Outro ponto importante para o funcionamento da Lei, segundo Tathiane, é a apropriação das delegacias para que sejam aptas a atender essa população. É preciso a sensibilização e capacitação dos profissionais, bem como a implementação de delegacias plantonistas 24h nas cidades onde ainda não existe, visto que o maior índice de violência contra mulheres trans ocorre durante a madrugada.
Para assistir a entrevista completa, acesse o vídeo abaixo: