50 Anos da Guerrilha do Araguaia. Conversa ao vivo.

    Há 50 anos, comunistas organizavam a luta armada contra a ditadura militar junto a camponeses da região do Araguaia, no sul do Pará.

    O movimento foi descoberto pela ditadura quando guerrilheiros estavam ainda em fase de preparação e treinamento.

    Em 12 de abril de 1972 começaram os ataques do exército, que duraram até 1974.

    A repressão ao movimento, que durou até 1974, gerou um massacre deliberado. Havia 69 militantes do PCdoB na guerrilha , enquanto o Exército levou aproximadamente 10 mil homens à região.

    A ditadura, a partir da Operação Marajoara, em 1973, decidiu não só exterminar todos os guerrilheiros e apoiadores, como desaparecer com seus corpos.

    A imprensa, sob censura, não podia noticiar o conflito. Houve ainda a ocultação e/ou destruição de arquivos que documentavam a violência da repressão.

    A sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no conhecido caso Araguaia (Gomes Lund e Outros vs. Brasil), em 2010, reconheceu 62 desaparecidos políticos na região e um morto: Maria Lúcia Petit, cujos restos mortais foram identificados em 1996.

    Além desta guerrilheira, identificou-se em 2009 apenas mais um desaparecido, Bergson Gurjão Farias.

    *O Araguaia resume exemplarmente experiências históricas de violências políticas que marcaram as ditaduras do cone sul da América Latina.

    Trata-se de um passado subtraído na memória nacional, conforme o título do artigo do prof Roberto Vecchi que orienta esta apresentação.

    Na noite do próximo dia 12 de abril vamos ter a aula de História que nos faltou. Criméia Teles conta de sua experiência de mulher em atuação na guerrilha e da fuga da selva, grávida, a nado, que lhe permitiu estar conosco para testemunhar sobre o que viveu.

    Janaína Teles (historiadora e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos) e Pádua Fernandes (advogado e pesquisador do IPDMS, que trabalhou para a Comissão Nacional da Verdade) mediarão esta conversa.

    Venham! Será uma noite de resgate de memória em prol de verdade e justiça em nosso país.

    *O passado subtraído da desaparição forçada: Araguaia como palimpsesto Roberto Vecchi estudos de literatura brasileira contemporânea, n. 43, p. 133-149, jan./jun. 2014.

     

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