Por Leandro Monerato.
No último dia 19 de outubro foi anunciado que o governo Lula autorizou exercício inédito de militares dos EUA (!) na Amazônia. 294 militares da maior potência militar do mundo virão treinar como guerrear na Amazônia. Por quê? EUA não faz parte da Amazônia. A única ameaça geopolítica que o Brasil realmente tem vem dos EUA! Chamar os inimigos para aprender a lutar no território nacional beira ao absurdo.
O que está acontecendo? Difícil saber sem informações detalhadas que, na sua maioria, se mantém secretas. Mas levantemos alguns indícios e o quadro que se mostra é extremamente preocupante. Cada brasileiro deveria imediatamente discutir a questão e se opor a qualquer tentativa de intervenção estrangeira no Brasil e lutar pela conquista da soberania nacional. Ela não existe de fato, mas o que está colocado seria sua aniquilação. Tratando-se de exército norte-americano nenhuma preocupação é exagero. O histórico de horrores desses senhores faz Hitler parecer um amador.
Em 25 de agosto, Günther Fehlinger que se apresenta como “presidente do Comitê Europeu para a expansão da Otan”, enquanto acontecia a reunião do Brics, fez uma série de publicações criticando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a participação do Brasil no grupo. Fehlinger disse que iria convocar a “desmantelação” do Brasil se o presidente Lula se unisse ao “eixo hostil do Genocídio” e compartilhou os mapas.
Em 4 de outubro, EUA entrou oficialmente no Fundo Amazônico que articula a ofensiva imperialista mundial para controlar a região usando o ambientalismo como cobertura ideológica. Quem foi o articulador do Fundo? Noruega. O ministro ambiental norueguês à época da articulação do Fundo era Jens Stoltenberg. Eis que desde 2020, Jens Stoltenberg, agora como secretário-geral da OTAN defende explicitamente que a organização deve preparar-se para “combater as mudanças climáticas”.
“As mudanças climáticas ameaçam a nossa segurança. Então, a OTAN deve fazer mais para entender plenamente e integrar as mudanças climáticas em todos os aspectos do nosso trabalho, desde o nosso planejamento militar até à maneira como exercitamos e treinamos as nossas forças armadas. (…) A OTAN também deve estar preparada para reagir a desastres relacionados ao clima, assim como fizemos durante a crise da Covid-19.” Escreveu Stoltenberg.
Declaração essa que tinha como alvo os incêndios na Amazônia. A maior organização militar do mundo já está criando terreno ideológico para a intervenção no Brasil explicitamente há três anos!
Mas eles já criaram uma enorme base política internamente para ecoar seus interesses. Lembremos que durante os incêndios surgiu um setor expressivo defendendo que Macron, presidente da França, que tem colônia e bases militares na Amazônia, na Guiana Francesa, viesse salvar a floresta! Qual setor? A esquerda ongueira.
O imperialismo tem jorrado muita grana para isso! George Soros, Ford, NED (CIA) financiam com milhões de dólares anuais dezenas de milhares de militantes ongueiros. A penetração no território é enorme. A prof.a Nazira Camely denunciou alguns dos mecanismos usados em seu livro Imperialismo, Ambientalismo e Ongs na Amazônia (Editora Consequência, 2018). As ongs são cavalos de troia do imperialismo que abrem espaço para OTAN, ou seja, para o exército norte-americano, francês, alemão, inglês.
Até aqui já teríamos motivos para ficar bastante preocupados. Mas tem mais.
Temer, que foi um dos principais articuladores do golpe de 2016, que inclusive informava autoridades norte-americanas de problemas políticos internos, aprovou em seu governo a lei que autoriza que os estrangeiros comprem até 25% do território nacional. Ou seja, oficialmente os imperialismos podem comprar um quarto do território nacional. E estão fazendo, fundos de pensões, bancos, monopólios de todos os tipos estão numa corrida para adquirir terras no Brasil mesmo antes desta lei! Quem conhece minimamente a realidade brasileira sabe que esses 25% se transformam facilmente em 40% com a utilização de laranjas.
Imaginemos a absurda hipótese: 40% da Amazônia brasileira é adquirida pelos imperialistas. Numa outra crise ambiental, esses territórios se levantem para proteger a floresta contra os brasileiros. A Amazônia é o pulmão do mundo, portanto, deve ser governada pelo mundo. Declara-se finalmente a criação da Zona Internacional (quem já não ouviu isso repetidas vezes nas últimas décadas?). Milhões de ambientalistas de todo o mundo são financiados para emigrar para tal Zona Internacional. E a OTAN sustenta esse território e o transforma em estado independente do Brasil. Absurdo não?
Mas EUA e Inglaterra já fizeram isso na Palestina, exatamente igual, a diferença é que lá usaram a Bíblia!
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