TSE mantém minuta do golpe em ação do PDT que pode tornar Bolsonaro inelegível

Processo se baseia na reunião do então presidente com embaixadores em julho de 2022. Documento com teor antidemocrático foi encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

RBA.- Em decisão unânime, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou nesta terça-feira (14) recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que queria excluir a “minuta do golpe” de uma investigação contra ele. O documento, encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, é uma proposta de decreto cujo objetivo era instaurar estado de defesa na Corte e mudar o resultado das eleições de 2022, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Considerada inconstitucional por especialistas, o documento foi incluído em investigação contra Bolsonaro em que ele é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores em julho de 2022, na qual o então presidente e candidato à reeleição repetiu mentiras e ataques sobre o sistema eleitoral brasileiro. A ação de investigação judicial eleitoral foi protocolada pelo PDT. Esse tipo de ação pode levar à inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

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A defesa do ex-capitão pediu para a minuta do golpe não constar na investigação. Alegou que o documento é “apócrifo” e ressaltou que o material não foi encontrado com o ex-presidente. Também argumentou que não há elementos que apontem que ele participou de sua elaboração.

Porém, liminar do corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, negou o pedido da defesa e confirmou a inclusão da minuta no processo. Agora o plenário do TSE referendou a decisão. Naquele despacho, Gonçalves apontou que a minuta do golpe “se conecta às alegações iniciais da parte autora (o PDT)” porque o discurso de Bolsonaro a embaixadores “era parte da estratégia de campanha consistente em lançar graves e infundadas suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação”.

Ao acionar o TSE, o PDT afirmou que o documento encontrado na casa de Anderson Torres é um “embrião gestado com pretensão a golpe de Estado”. A ação do partido defende a inelegibilidade de Bolsonaro pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

No TSE, 16 ações contra Bolsonaro

Para complicar ainda mais a situação de Bolsonaro, que pode se tornar inelegível, o corregedor-geral eleitoral tomou outra medida: pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes o compartilhamento das provas colhidas em inquérito que apura os atos antidemocráticos que culminaram com o terrorismo em Brasília em 8 de Janeiro.

O ex-presidente é alvo de outras 15 ações de investigação judicial eleitoral, todas relatadas pelo ministro Benedito Gonçalves. Todas elas podem deixá-lo de fora da disputa para quaisquer cargos nos próximos oito anos.

Com CartaCapital e g1

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