Os sindicatos de trabalhadores da Eletrobras preparam uma greve de 72 horas, caso o projeto do governo Jair Bolsonaro de privatização da companhia entre na pauta de votações do Senado. A entrega da estatal ao capital privado representa risco de perda da soberania energética e fragilização do sistema integrado de distribuição.
A Medida Provisória 1.031/2021, que trata da privatização da Eletrobras, foi aprovada pela Câmara dos Deputados em maio. Para não perder a validade deverá ser deliberada pelos senadores até 22 de junho. Na quarta-feira (9), o relator da MP sobre a privatização da estatal no Senado, Marcos Rogério (DEM-RO), que faz parte da base governista, disse que pretende colocar o tema para discussão na próxima semana.
Privatização da Eletrobras
Representações de trabalhadores afirmam, entre outras consequências negativas, que a privatização da Eletrobras ameaça os investimentos necessários em infraestrutura energética para minimizar efeitos de sucessivas crises hídricas que vêm ameaçando os reservatórios de cinco das maiores hidrelétricas do Brasil.
Torres disse à agência que a paralisação não vai afetar serviços de geração e transmissão de energia prestados pela estatal, mas não haverá troca de turno das equipes responsáveis por essas atividades durante a greve. Porém, o protesto deve tirar da rua equipes de manutenção. “A princípio, uma greve dessas não afeta o sistema. Mas a gente sabe que, num sistema tão complexo e gigantesco como a Eletrobras, basicamente, quando você não troca o turno e não deixa o pessoal sair para fazer manutenção, é sempre um risco para o sistema”, explicou.
Além da greve, os sindicatos também querem realizar, nesta sexta-feira (11), uma manifestação em frente à sede da estatal, no Rio de Janeiro, aproveitando o aniversário de 59 anos de criação da companhia.
Assista na TVT
O presidente do Sindicato dos Energéticos de São Paulo (SinergiaSP/CUT), Carlos Alberto Alves faz um alerta para o aumento nas tarifas de luz e racionamento de energia com a capitalização da estatal.