“Tóxico” será lançado nesta sexta-feira

Novo trabalho de Tatiana Cobbett e Samí Tarik chega nesta sexta, 08/07, de maneira presencial em Lisboa e em diferentes plataformas digitais.

Foto: Bruna Buniotto

“Tóxico: substantivo masculino que define qualquer substância que traz efeitos nocivos”. Muito além dessa definição do Dicionário Online de Português, com um significado metafórico, filosófico e poético, nasce o novo single da multiartista Tatiana Cobbett em parceria com o músico, percussionista e compositor, Samí Tarik. Criado em meio ao isolamento social no auge da pandemia, o trabalho traz, além de uma forte crítica social,  uma pesquisa que resgata a ancestralidade e comunga a forte parceria entre artistas do Brasil e Portugal. O lançamento presencial da nova criação acontece na sexta-feira, 08/07 no Bus Paragem Cultural, às 19h, em Lisboa, e para o mundo todo disponibilizado de maneira online nas plataformas digitais deezer, spotify, apple music, tidal, amazon music e pelo youtube.

 

Com diferentes elementos musicais e poéticos, “Tóxico” nos convida para sentar e apreciar o diálogo entre elementos artísticos que se complementam: música e poesia. A proposta dedica-se à realização de pesquisas e investigações, trazendo como foco vivências, reflexões, análises de processos criativos que percorrem a experiência poética dos artistas a partir do confinamento, através de suas relações com outros saberes.

“Trazemos e mostramos  a partir dessa parceria, pensamentos e articulação de ações antropofágicas, que trazem uma proposição. Elas vão além da necessidade de cada um dos artistas em se conectar e dar vazão a sua sede criativa, mas nos permite mergulhar e investigar esse processo e essa experiência, a partir do nosso corpo e da nossa arte como forma de expressão”, explica Tatiana.

De acordo com o músico Samí Tarik, o novo trabalho surge das vivências pandêmicas. “Esse processo se dá em plena pandemia, estávamos em isolamento, um nível alto de stress e ansiedade, então a expressão do “Tóxico” vem com a ideia de que realmente quando alguém tem contato com o veneno, o corpo faz de tudo para expelir. Nós estávamos em contato com diferentes sentimentos, emoções e situações  provocadas pela pandemia e pelo isolamento, algo que para toda a população foi extremamente tóxico. Nossos corpos e mentes sedentos por se curar, então veio essa forma de expressão de maneira tão excêntrica e visceral, dialogando com a poesia da Tatiana, que se complementa muito com a paisagem sonora. Houve um casamento da trilha sonora com a poesia de maneira magnífica’, complementa.

Múltiplas linguagens artísticas

Além da poesia musicada, que apresenta para o público um verdadeiro manifesto, o trabalho traz um videoclipe com a direção da artista visual Bruna Buniotto. Utilizando como elemento principal o alter ego multiplicado, a partir da personagem “Cara de Meia”, os artistas abordam elementos performáticos, já desenvolvidos por Tatiana em outros trabalhos, com a participação da bailarina, educadora e compositora Vitória Regina e a brincante Débora Marques.

Evocada antropofagicamente pelos artistas, reanimada pela trilha poema, o videoclipe traz a relação com populações, culturas e locais na sociedade através da arte. De acordo com Tatiana, “o rosto coberto aponta para uma liberdade de identificação, permitindo o reconhecimento inclusivo dos que vivem à margem, invisibilizadas por um processo civilizatório eurocêntrico que desconsidera patrimônios de conhecimentos que não derivam de seus padrões de relacionamento com o mundo”, explica.

Para a filmagem das cenas os artistas utilizaram uma embarcação encalhada que aponta três pontos sensíveis: a territorialidade como demarcação social do passado e do presente, da rua, da pista, das ocupações; a invisibilidade como condição em variadas culturas: orixás, nkisis, voduns, encantados, entidades e seus sujeitos intermediários; e a multiplicidade de gêneros: feminismos, travestismos e transformismos.

Segundo Bruna, a locação traz uma ideia caótica e decadente que dialoga com o som. “A cara de meia e as bailarinas que usam vendas nos olhos e acompanham essa personagem, dialogam com a própria mensagem, de que quando estamos nessa atmosfera tóxica estamos vetados de enxergar o que realmente é. O trabalho nos convida a re-analisar essa palavra. Esse processo criativo foi algo ritualístico. A ideia foi criar a partir de um batida tão pesada e de uma poesia tão intensa e, ainda assim, trazer algo confortável de ver mas que representasse o que estava sendo dito”, finaliza Bruna.

Lá e Cá – Entre Brasil e Portugal

Financiado pela Lei Trajetória Aldir Blanc, através da Fundação Catarinense de Cultura,  Tóxico é o oitavo single lançado pela artista que desde de 2018 desenvolve o projeto de Residência artística – Lá e Cá , onde a partir de suas vivências e produtividade vem promovendo o intercâmbio criativo entre artistas dos dois continentes.

Faça o pré-save de tóxico no link: https://onerpm.link/547400440342

 

Ficha técnica

 

Créditos do Single:

Música: Sami Tarik

Poema: Tatiana Cobbett

Gravação, edição: Home Estúdio Sami Tarik / Lisboa

Produção: Tatiana Cobbett e Maf Economia Criativa

 

Créditos do Clip:

Direção, Câmera, captação, edição: Bruna Buniotto

Performance:Tatiana Cobbett e Sami Tarik

Participações: Vitória Regina e Débora Marques

Making off ( câmera): João Markun

Produção: Tatiana Cobbett e Mas Economia Criativa

Financiado pela Lei Trajetória Aldir Blanc

 

Créditos:

Texto: Camila Almeida/ Girassol Cultural

Fotos: Bruna Buniotto

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.