O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), escreveu em uma rede social na manhã desta terça-feira, 18, que o tio suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha de 10 anos foi preso na madrugada.
“Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza. Detalhes da operação serão repassada pela equipe segurança ainda hoje”, publicou o governador.
De acordo com o jornal A Gazeta, o homem foi preso em Betim, Minas Gerais, e será encaminhado ao Complexo Penitenciária de Xuri, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça.
O aborto
Pela gravidez ser fruto de um estupro, a menina tinha o direito garantido pela Constituição de passar por um processo de aborto.
O hospital em que a menina foi atendida em São Mateus (ES) se recusou a realizar o procedimento por ser uma gravidez em estágio mais avançado.
A criança foi então transferida para Recife, capital de Pernambuco, por determinação do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde mora.
O caso ganhou repercussão e grupos de extrema-direita passaram a organizar protestos contra o aborto. A militante de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, divulgou em suas redes sociais o nome da criança e o endereço do hospital em que estava internada.
Horas depois, a porta do hospital foi tomada por extremistas que rezavam e gritavam, acusando médico e criança de assassinato.
Na redes sociais, militantes de extrema-direita e parlamentares bolsonaristas também se manifestaram contra o procedimento.
A criminosa Sara Winter divulgou o endereço onde está a criança de 10 anos que foi vítima de estupro. E agora a porta do hospital está cheia de fundamentalistas com xingamentos a essa criança. Onde esse país vai parar? Inacreditável. pic.twitter.com/R9VHLqLfku
— Ari Areia (@ariareia) August 16, 2020
Mesmo com todas as manifestações contrárias ao procedimento, o aborto foi realizado e a criança está em segurança.
Justiça determina que Facebook e Twitter apaguem postagens sobre criança
A Justiça do Paraná do Espírito Santo determinou, nesta segunda-feira 17, que Twitter, Facebook e YouTube (Google Brasil) retirem do ar, em até 24 horas, publicações que contenham informações sobre a menina capixaba de dez anos de idade que engravidou após estupro.
A decisão liminar foi tomada com base em ação civil pública protocolada pela Defensoria Pública do Espírito Santo, que indicou links considerados uma ameaça à menina e a sua família.