Stédile: Vender a Eletrobras é privatizar o rio São Francisco

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), João Pedro Stédile, chamou atenção para o fato de que a privatização da Eletrobras traz embutida a privatização das águas de um dos mais importantes rios brasileiros. “A venda da Eletrobras prevê a venda do rio São Francisco”, alertou Stédile, no sábado (3), em participação em painel sobre soberania nacional na 21ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo.

Stédile, do MST, participou de painel sobre soberania nacional na 21ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo. Foto: Contraf
Na quinta-feira, a Eletrobras informou que Jair Bolsonaro (PSL) autorizou estudos aprofundados para a privatização da companhia. O objetivo, segundo o governo federal, é aumentar o capital social, mediante venda de ações ordinárias da estatal ou eventual empresa que vier a ser constituída após reestruturação.

A Eletrobas tem como subsidiária a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). A negociação enfrenta forte oposição do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Para ele, há sólidos argumentos contrários, já que a privatização compromete o futuro do Estado e da região. Ao operar seus reservatórios, a Chesf controla a vazão do rio e afluentes, em especial a defluência na usina de sobradinho, no São Francisco.Stédile lembrou ainda que a nova Boeing anunciou venda de seis aviões militares por US$ 2,5 bilhões. A empresa dos Estados Unidos levou 80% da brasileira Embraer por US$ 4,2 bilhões. Ou seja, ao vender 12 aviões, a Boeing recupera o investimento feito para assumir o controle de uma das mais importantes indústrias da aviação mundial.

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O líder do MST criticou também a falta de nacionalismo dos militares que apoiam o governo Bolsonaro – ao contrário de hoje, durante os governos militares havia defesa da soberania nacional – e também do empresariado nacional. “Os empresários não têm o menor interesse em defender os interesses da nação. Por causa da Lava Jato, mais de 2 mil empresas foram fechadas ano passado. Nem a Fiesp e nem a CNI deram um pio. A burguesia não tem mais líderes e nem mais interesse de defender a nação. Temos de lutar pelos bancos nacionais, pelas empresas públicas e nossos recursos naturais”.

 

Com informações da Rádio Brasil Atual

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