A farmacêutica brasileira União Química anunciou que começará a produzir a vacina Sputnik V em um laboratório de Brasília na próxima sexta-feira (15). No entanto, inicialmente, todas as doses da vacina russa produzidas no Brasil serão exportadas para países da América Latina que já registraram o imunizante, como Argentina e Bolívia.
As doses serão produzidas na fábrica Bthek, pertencente à farmacêutica União Química. Depois serão fracionadas e envasadas em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
A União Química fechou parceria com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), que financiou o imunizante desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya. Uma comitiva da farmacêutica viaja à Rússia nesta segunda-feira (11) para validar o processo de fabricação da vacina Sputnik V no Brasil.
Por aqui, o laboratório também aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes da fase 3. Nesta fase, o imunizante é aplicado população para avaliar a eficácia e possíveis efeitos colaterais. Na última segunda-feira (4), a agência cobrou o envio de informações adicionais para liberar o início dos testes clínicos.
Após a fase, com os resultados dos testes, a União Química deve pedir o registro da vacina à Anvisa. Quando aprovada, a prioridade passaria então a ser a produção para o Brasil, segundo o diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso.
Resultados internacionais
Mais de 1,5 milhão de pessoas já foram vacinadas com a Sputnik V no mundo até este domingo (10), segundo o RFPI. O imunizante já foi aprovado em Argélia, Bielorrússia, Sérvia, Argentina e Bolívia. O processo de aprovação da vacina na União Europeia (UE) já foi iniciado.
Anteriormente, a Sputnik V foi registrada pelo ministério da saúde da Rússia em 11 de agosto de 2020, tornando-se a primeira vacina registrada contra a covid-19 no mundo. De acordo com o Centro Gamaleya, sua eficácia é superior a 91%.