CAMPANHA DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA 2013
Em nova rodada da Campanha de Negociação Coletiva realizada nesta terça-feira (4/6), os representantes do sindicato das empresas de jornais e revistas de SC mantiveram-se irredutíveis na proposta de aumento zero para os jornalistas, dispondo-se apenas ao reajuste da inflação (7,16%, pelo INPC) para o piso e demais salários. Empenhados em buscar um acordo, os negociadores do SJSC apresentaram uma contraproposta. Novo encontro está previsto para a próxima terça-feira.
“O setor entende que nesta conjuntura nada mais pode ofertar que o INPC”, disse Ary dos Santos, advogado da RBS, reforçando a posição colocada anteriormente por Osmar Schllindwein em nome das empresas de jornais e revistas do estado. Para tanto, agarraram-se em argumentos de uma suposta crise internacional dos jornais impressos.
Em contraponto, os representantes do SJSC resgataram dados do bom desempenho econômico das empresas de comunicação no cenário nacional, como o crescimento médio de 7% nos investimentos publicitários registrado em 2012, ou mesmo as demonstrações financeiras consolidadas da RBS em 31 de dezembro de 2012, que apontam lucro de R$ 212 milhões nos últimos dois anos, o que representou uma taxa de lucro de 22% sobre a receita líquida.
No entanto, para nivelar por baixo, a tábua de salvação patronal é o argumento de que no setor de impressos, principalmente nas empresas de pequeno porte, “a realidade não é bem assim”. E a valorização dos jornalistas, que produzem informação de qualidade para a sociedade e viabilizam com seu trabalho a existência dos veículos, se resumiu ao aumento zero, mesmo apesar de todo o esforço argumentativo dos representantes dos trabalhadores.
Buscando a evolução do diálogo com vistas a um possível acordo, os negociadores dos jornalistas responderam à solicitação patronal de “reflexão” da categoria laboral. Transigindo em relação às reivindicações iniciais, foi posta na mesa a proposta de piso salarial de R$ 1.980,00 (a média dos pisos dos jornalistas no Sul do país) e de reajuste dos demais salários com o INPC (7,16%) e índice de produtividade de 5%.
A expectativa, agora, é de que, assim como solicitou “reflexão” dos jornalistas, o sindicato patronal também reflita sobre a proposta colocada.