Sinsej repudia e questiona efetividade de Resolução sobre ensino a distância em Joinville

    Prefeito orienta estudantes sem acesso às tecnologias a procurarem a vizinhança

    Imagem: Richard Drawings/Pixabay

    Nesta terça-feira, 31 de março, a diretoria do Sinsej foi surpreendida e, desde já, repudia a publicação da Resolução do Conselho Municipal de Educação nº 5991581/2020 no SEI, que determina a execução e regras do ensino a distância no município de Joinville por 30 (trinta) dias, a partir de 19 de março de 2020.

    O cumprimento do ano letivo composto de 200 dias e 800 horas traz preocupação à população joinvilense que utiliza a rede municipal de ensino e sobretudo ao Sinsej, que além de representar e defender os servidores, busca garantir educação pública e de qualidade para todos. Por isso, ainda no dia 25 de março, a presidenta do Sinsej, Jane Becker, contatou a secretária de Educação, Sonia Fachini, para saber sobre as consequências da resolução 009/2020 do Conselho Estadual de Educação sobre o ensino não presencial no estado. Na ocasião teve a resposta de que o CME em breve discutiria o assunto e a secretária também garantiu a presença do Sindicato na discussão, o que não aconteceu.

    A Resolução do Conselho Municipal traz muitas dúvidas sobre a efetividade dessa modalidade de ensino no município, já que o acesso à internet e ao computador não é uma realidade a todos os alunos da rede. Outra questão é que não há qualquer tipo de capacitação oficial dos servidores, pais e alunos sobre o tipo de programa, ainda desconhecido, a ser utilizado, pois essa modalidade requer outros métodos de ensino.

    Como será possível responsabilizar os pais a conduzirem a educação a distância dos seus filhos, da educação infantil e básica por todo o tempo da quarentena? Sabemos que muitas famílias possuem mais de um único estudante matriculado na rede. E os pais que estão cumprindo  trabalho remoto, como deverão dividir o tempo de uso de seu instrumento de trabalho e o ensinamento de seus filhos, se muitas vezes a jornada de trabalho exigem oito horas diárias?

    A diretoria do Sindicato cobra da Secretaria de Educação a realização de uma reunião urgente, mesmo que por meio virtual, para tratar desse assunto. Nossa proposta é que a recuperação dos dias letivos seja feita de maneira presencial, com atividades extras, após o período determinado como quarentena.

    Prefeito segue linha de Bolsonaro e quer pôr em risco saúde da população

    Em entrevista à radio 89 FM, no programa Conexão Direta na tarde do dia 30, quando questionado por uma ouvinte sobre a falta de acesso à internet e a computadores aos alunos, o prefeito Udo Döhler segue a linha do presidente Bolsonaro ao orientar que, em plena quarentena, esses alunos que não possuem o acesso ou instrumentos procurem esse apoio dos vizinhos. Mesmo que, de acordo com o Secretário de Saúde do município, Jean Rodrigues, em entrevista ao Jornal da Cidade, da rádio Clube AM, no mesmo dia 30, devido à falta e métodos de testagem, os casos da Covid19 na cidade podem chegar a dez vezes o número contabilizado pela própria Secretaria.

    A direção do Sinsej exige retratação do prefeito Udo sobre essa orientação que põe em risco a saúde de milhares de famílias joinvilenses. Se faltam EPIs para os próprios servidores da saúde, que estão na linha de frente nesse momento da pandemia, como o município vai lidar com as possíveis milhares de pessoas que podem vir a ser infectados se seguirem a essa orientação?

    Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região

    Jornalista:
    Silvia Agostini Pereira (MTB/SC 3890 – JP) Tel.: 48 99664-1300

     

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