Simplesmente mata-se. Por Roberto Liebgott.

Imagem: Domínio Público

Por Roberto Liebgott.

Mata-se por racismo,
pelas milícias, jagunços e narcotraficantes.

Mata-se pela fome, desemprego, pelo esgoto a céu aberto, pela falta de água, de médicos e de remédios.

Mata-se pela ignorância e ausência de educação, cultura, lazer e ambiente de paz.

Mata-se pela homofobia, machismo, misoginia, ódio, rancor e ganância.

Mata-se pelas chuvas, enxurradas, deslizamentos, dejetos e barragens rompidas.

Mata-se pelos desmatamentos, garimpagem, contaminação dos biomas, pelo clima que se revolta através das secas e enchentes.

Mata-se pela polícia e política, pelo extremismo, fascismo e ignorância.

Mata-se por dinheiro, ganância, lucro e pelo desejo de roubar e explorar as terras dos povos originários.

Mata-se pelo prazer de ver morrer, num ambiente de machos escrotos e fêmeas egoístas.

Simplesmente mata-se nesse país e pouco sobra para que se construa um outro mundo possível.

 

Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.

 

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