Por Claudia Weinman, para Desacato. Info.
Vestir a palavra de compromisso é necessário para a vida da comunidade. Por isso, nesta semana, reforçamos o convite para uma importante atividade que vai acontecer no Oeste do estado catarinense. Uma atividade que trará mais beleza para a luta daqueles e daquelas, que insistentemente, organizam-se nas bases para transformar a realidade.
O oitavo Seminário da Terra, será uma atividade realizada primeiramente em São Miguel do Oeste, na quarta-feira, dia 13 de julho, na linha Canela Gaúcha a partir das 9h. Depois na quinta-feira, dia 14, no município de Barra Bonita, na localidade da linha Treze de Maio. Com o Tema: “Aliança Camponesa e Operária” e o Lema: “Casa Comum, nosso dever é cuidar”, o seminário trará presente a realização de algumas oficinas, dentre elas, destaco uma que carrega o objetivo de dialogar sobre “O papel da mídia na desconstrução da cultura camponesa”.
Falar sobre como a mídia desconstrói a vida do e no campo é importantíssimo e para isso, nosso companheiro e Educador Popular Jilson Souza, militante da Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular (APAFEC), de Fraiburgo, estará por aqui. Há muito tempo, Jilson tem contribuído com esta discussão junto ao coletivo PJMP e PJR no Oeste Catarinense, e agora, estará realizando está prosa com os camponeses e camponesas de Barra Bonita e de São Miguel do Oeste.
A conversa que Jilson fará, vem de encontro a necessidade que temos de acreditar em uma comunicação popular, feita com responsabilidade. Somos dissidentes e não acreditamos neste Jornalismo positivista que nos é apresentado todos os dias nos canais de televisão, nas rádios, nos jornais impressos, por sites e portais da internet. Acreditar em uma comunicação que peregrina por entre as gentes e é escrita a partir da realidade do povo, é um dos caminhos para a nossa própria libertação.
Adiantando um pouco desta prosa, é importante falar que a mídia conservadora ‘MENTE’. Faz culto à personalidade, promove o endeusamento a pátria. A história é narrada na mídia tradicional conforme seus objetivos e mediante interesse de quem a coordena. Não há um estudo aprofundado na maioria dos casos que são divulgados, e a cada dia surgem novos ‘heróis’. Marcondes Filho (2009, p. 117) já dizia que “[…] a história é feita por homens como Napoleão, Bismarck ou Hittler, como se eles não fossem componentes de uma classe e não agissem de acordo com os objetivos dela”. Não podemos mais aceitar uma imprensa que instiga a competição entre o que ela denomina ser o melhor e o pior, sem refletir sobre o porquê existe essa naturalização das coisas. Nem mesmo, absorver uma informação que fere o nosso povo, a nossa cultura, a vida coletiva.
Movidos por esta necessidade de dialogar sobre a comunicação e as informações que fazem com que muitos jovens não vejam o campo como sua identidade, deixamos o convite para que todos\as possam participar deste momento. Quando entendermos o quanto a comunicação pode mobilizar e emancipar o povo, mudanças significativas acontecerão. Até a Vitória!