São Paulo – Um mês após o crime da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, a situação ainda é de “grande caos”, como descreve o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Ubiratã de Souza Dias em entrevista ao Seu Jornal, da TVT. De acordo com ele, pesam sobre a população local um clima fúnebre e de muita revolta com o acontecimento que deixou ao menos 180 pessoas mortas e outras 130 desaparecidas.
As consequências do crime da mineradora ainda vão muito além da cidade atingida. Após o rompimento da barragem, em que toda a lama de rejeitos tóxicos foi despejada no Rio Paraopeba, contaminando-o, o sistema de abastecimento de água de 16 municípios, com cerca de 850 mil pessoas ao todo, também foi comprometido, criando ainda nessas populações um clima de maior incerteza e de descrença quanto a capacidade da Vale de resolver os problemas.
“A Vale gasta muita energia e finança para fazer e dizer na mídia e para a sociedade que ela está tomando todas as providências, mas a prática real dela não é essa”, contesta o coordenador do MAB. Isso porque, de acordo com Dias, só na região de Pará de Minas, uma das mais afetadas, há moradores que, um mês depois da tragédia, ainda não foram assistidos pela mineradora.