De volta à cadeira de secretário da saúde, depois de ter assumido por algumas semanas seu mandato como deputado federal para votar pela abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, João Paulo Kleinubing convidou o SindSaúde/SC para apresentar um plano de corte de gastos para a Secretaria do Estado da Saúde. A diretoria rechaçou todas as medidas apresentadas, reafirmando que não há possibilidade de explorar ainda mais os atuais servidores da Saúde que já estão trabalhando acima do limite aceitável.
OS CORTES DE KLEINUBING
Kleinubing apresentou as medidas do chamado ajuste fiscal, segundo ele, necessário para equilibrar as contas após o corte de 25% no orçamento de custeio da SES para este ano, em relação a 2015. Os dados disponibilizados pela Secretaria mostram que o governo de Raimundo Colombo disponibilizou R$ 766 milhões para o custeio operacional das unidades em 2016, 25,84% a menos do que os R$ 964 milhões liberados em 2015. Esses valores não incluem os custos com a folha de pagamento, que variou pouco nos últimos anos, estimada em cerca de R$ 1,1 bilhão.
O secretário informou sobre os trabalhos de um grupo que está revisando os contratos firmados pela SES com empresas terceirizadas e com Organizações Sociais, com objetivo de diminuir custos. Kleinubing citou como exemplos a Fahece e a SPDM e, quando questionado pelo Sindicato, deixou claro que há possibilidade de fechamento de serviços.
Além disso, já está prevista a redução de 40% nos gastos com a Retribuição Médica por Produtividade (RPM). Perguntado sobre os impactos desse corte para a população, ele disse que a contenção será focada nos serviços ambulatoriais. Também informou a suspensão dos mutirões de cirurgias eletivas.
Outro alvo dos cortes da SES serão os gastos com sobre aviso, que deverão diminuir em 25%. A meta anunciada pelo secretário é voltar aos níveis de investimentos utilizados em 2014, quando a SES gastava em tordo de R$ 5 milhões ao mês com esses pagamentos. Kleinubing acrescentou que haverá ajustes nos gastos com hora plantão, mas que deverão ser menos sentidos por se tratar de um custo que cresceu menos nos últimos anos para.
FALTA DE PRIORIDADES
O SindSaúde/SC questionou o secretário Kleinubing sobre a falta de prioridades da sua gestão, sobre a situação já insuportável das condições de trabalho dos atuais servidores, e sobre diversas outras pendências de unidades por todo o estado. Foi evasivo nas respostas, prometendo estudar soluções.
UTI EM IBIRAMA E NO HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO
O Sindicato também tratou com o secretário sobre uma série de outras demandas da categorias, como o descumprimento da promessa da SES de contratar 270 servidores neste mês.
Os únicos servidores contratados na última leva do concurso da SES de 2012 foram direcionados para o Hospital Waldomiro Colautti, em Ibirama. São 35 profissionais que devem possibilitar a abertura da UTI daquela Unidade.
De acordo com Kleinubing, os aparelhos necessários para a abertura da UTI, fechada há 3 anos, no HIJG devem chegar na semana que vem.
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Fonte: Sindsaúde.