Por Dn.pt com Lusa01
Putin contesta acusações: “A primeira notícia sobre vítimas entre a população civil apareceu antes de os nossos aviões descolarem”. Mais de 50 aviões e helicópteros russos participam nos ataques.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, definiu hoje como uma “guerra de informação” as denúncias e a divulgação em medias ocidentais de vítimas civis nos primeiros bombardeamentos da aviação russa na Síria.
“Estamos preparados para esses ataques dos media. A primeira notícia sobre vítimas entre a população civil apareceram antes de os nossos aviões descolarem”, disse Putin durante uma reunião do Conselho de direitos humanos, adjunto à Presidência russa. O líder do Kremlin sublinhou que “outros países atacam há mais de um ano o território da Síria sem autorização do Conselho de Segurança da ONU e sem o correspondente pedido das autoridades oficiais” sírias. “Nós temos essa solicitação, e temos precisamente a intenção de lutar contra as organizações terroristas”, sublinhou Putin.
A Rússia confirmou hoje a realização de novos ataques contra posições do grupo extremista Estado Islâmico nas províncias sírias de Idleb, Hama e Homs. “A aviação russa conduziu quatro ataques aéreos esta noite contra quatro posições do Estado Islâmico em território sírio”, informou o Ministério da Defesa russo num comunicado.
Estas são as fotos russas dos ataques.
Nesses ataques, aviões Sukhoi-24 e 25 da Força Aérea russa destruíram “um quartel-general de grupos terroristas e uma reserva de munições na zona de Idleb”, no noroeste da Síria, uma oficina de preparação de automóveis armadilhados a norte de Homs, no centro do país, e “um posto de comando de combatentes na zona de Hama, também no centro.
Todos os aviões de combate envolvidos descolaram da base aérea construída pela Rússia junto ao aeroporto de Latakya, no noroeste da Síria.
Para evitar perdas civis, lê-se no texto, os ataques “foram distantes de localidades”, com base em informações recolhidas junto de “diferentes fontes” e ao reconhecimento dos locais efetuado com aviões não-tripulados (‘drones’) e a partir de imagens de satélite.
Uma fonte da segurança síria confirmou os ataques, mas indicou que eles visaram bases do Exército da Conquista (Jaish al-Fatah) na província de Idleb, e “posições de grupos armados, bases e depósitos de armas em Hawach, na província de Hama”.
O Exército da Conquista é uma aliança de vários grupos armados antirregime, entre os quais o Ahrhar al-Sham, um dos maiores grupos rebeldes, e a Frente al-Nosra, braço da Al-Qaida na Síria, e combate os ‘jihadistas’ do Estado Islâmico.
A organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos confirmou uma série de ataques russos naquelas três províncias, mas assegurou que os locais visados não correspondem a posições do Estado Islâmico.
A aviação russa iniciou na quarta-feira ataques aéreos na Síria. Moscovo garante visar posições do Estado Islâmica, mas França e os Estados Unidos admitiram que outros grupos possam ter sido visados. Segundo a Coligação Nacional Síria (oposição), pelo menos 36 civis morreram nos ataques russos.
Mais de 50 aviões e helicópteros de combate russos participam em bombardeamentos na Síria, segundo o Ministério da Defesa russo. Nas últimas 24 horas, os aparelhos fizeram mais de vinte voos, concretizando 12 ataques, oito na quarta-feira e quatro na madrugada de hoje.
Um batalhão de infantaria da Marinha foi mobilizado para a proteção da base aérea russa em Latakya e da base naval no porto de Tartus.
Fotografia © EPA/RUSSIAN DEFENCE MINISTRY