Por Gabriela Leite.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), decretou estado de emergência em saúde pública por causa da dengue, conforme anunciado no Diário Oficial do município desta segunda-feira (5/2). Também hoje a prefeitura inaugura 3 de 10 polos de atendimento para pacientes com o vírus. O Rio de Janeiro enfrenta uma epidemia de dengue, com uma taxa de incidência estimada superior ao último pico, em 2016. Em janeiro, a cidade registrou um recorde de 362 hospitalizações pela doença, o maior desde 1974. Embora não haja mortes confirmadas, três óbitos estão sob investigação. A prefeitura intensificará esforços de prevenção e a aplicação de fumacê será retomada. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatiza a importância da cooperação da população, e sua pasta apresentará em breve o cronograma de vacinação contra a dengue. Como afirmou o sanitarista Gonzalo Vecina em entrevista recente ao Outra Saúde, “A explosão de casos de dengue certamente se deve às condições climáticas. Quanto mais quente, mais chuva, mais casos, mais mosquitos. Não há nenhuma dúvida sobre isso”.
DF: em meio à crise, militares no lugar de enfermeiros
O Distrito Federal também vive uma emergência sanitária devido ao aumento alarmante nos casos de dengue, com uma incidência nove vezes maior que a média nacional. A situação sobrecarrega hospitais, unidades e profissionais de saúde, levantando questionamentos sobre a demora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) em convocar enfermeiros aprovados em concursos. Segundo matéria do Brasil de Fato, há um déficit de 1.460 enfermeiros na rede pública de saúde. O governo, ao decretar situação de emergência em razão do risco de epidemia de dengue, autorizou contratações temporárias. Também convocou 250 militares do Comando Militar do Planalto para atuar nas inspeções, visitas domiciliares e na condução de veículos que fazem fumacê. São “medidas paliativas”, segundo entidades de saúde, que defendem a nomeação imediata dos aprovados nos concursos vigentes. O governador tentou justificar a não nomeação alegando “responsabilidade financeira”. A oposição na Câmara Legislativa criticou a situação e defendeu que sejam convocados os profissionais da saúde para lidar com a epidemia.