Algumas bagagens
Por James Ratiere, para Desacato. info.
Há de ser útil essa coisa toda de caminhar, caminhar e caminhar, vezenquando parar e refletir o que realmente se quer, depois retoma a caminhada.
Aquela estrada longa que se perde no horizonte, aquele horizonte distante que não chega nunca, e para, e pensa, e remói, e pesa, pesa, aquele peso que carrega de todas as pedras que acumula, de todas as dores que remói, de todos os ressentimentos que ressente, e fica mais lento, e demora mais e para e pensa.
Nesse círculo vicioso, aquele grande bico na face, o rosto franzido, resta enrugada, olhos com expressões de poucos amigos, costas curvas, e pesa e dói.
Somos, sim somos acumuladores de coisas inúteis, e nos obrigamos a carregar um fardo que não nos pertence, não nos damos conta de tanto lixo psicológico vamos agregando a nossa bagagem e pesa, e para e pensa e dói, e ressente e acumula.
Um ciclo vicioso que só é quebrado com muito esforço, quando nos permitimos sair da zona de conforto e ir ruim ao desconhecido.
Se isso acontece, fica mais leve, a postura fica ereta, a face ameniza as expressões e de repente nasce um sorriso, que planta uma semente, que nasce uma árvore que se torna uma ponte e se cria um atalho, e se chega, e não mais pesa, e não mais para e não mais dói.
Imagem de capa: Autorretrato de Vincent Van Gogh
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