Em Relatório anual (dados de 2021), o CIMI denuncia o agravamento das violências contra os povos indígenas no Brasil. O balanço da política indigenista para o terceiro ano do governo Bolsonaro é assustador. Os dados apresentados no Relatório comprovam o aumento das invasões em territórios indígenas, o acirramento dos conflitos, da perseguição política e do descaso generalizado do governo. Nenhum milímetro de terra indígena foi demarcado e o governo se manteve omisso em relação à proteção das terras já demarcadas, dando continuidade à sua antipolítica indígena implementada nos dois anos anteriores.
No ano de 2021, foram registrados 305 casos de invasão de terras indígenas, número três vezes maior que o de 2018. O número de assassinatos de indígenas e de suicídios entre indígenas também aumentou. Mais uma vez, ficamos chocados com as notícias dos ataques criminosos, com armamento pesado, nos territórios onde há garimpo ilegal; com a atuação brutal da polícia militar em territórios de retomada e com os casos de queima de Casas de Reza. Toda essa violência está relacionada com uma série de medidas e desmedidas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que favorecem a desterritorialização e o desmonte da proteção constitucional dos direitos dos povos indígenas, dando aos invasores confiança e segurança para avançarem com suas ações ilegais em terras indígenas.
Contando os dias para o fim desse governo macabro, o Observatório Indigenista convida as lideranças indígenas Alenir Guarani Kaiowá da TI Nhanderu Marangatu no MS e Neusa Kunhã Takuá TI tekoha Dje’y; Roberto Liebgott, coordenador do CIMI regional sul, e Marcelo Zelic, fundador e coordenador do Armazém Memória, para conversar sobre os dados apresentados no Relatório do CIMI e pensarmos juntos caminhos para reconstrução social e mecanismos de não-repetição da violência contra os povos indígenas.
Programa Observatório Indigenista com apresentação de Cris Tupan (Assistente Social), análises de Ana Zema (Historiadora), Sandra Nascimento (Advogada), Mariana Recalde (Economista), Nuno Nunes (Filósofo), João Maurício Farias (Cientista Social), Fábio Martins (Advogado).
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