Reino Unido: armas para África

Dezenas de milhares de armas de assalto e ligeiras terão sido enviadas, entre outros países, para a Somália, Egipto e Sri Lanka, ainda que também haja registo de vendas na Rússia e no Sul de África.

balas

O destino final das exportações de armamento do Reino Unido, com acumulados de 44 mil armas vendidas na África oriental em apenas 15 meses, preocupa os deputados britânicos, que esta segunda-feira, (06/01), manifestaram a sua inquietação pelo stock das empresas militares de armamentos com licença de exportação mas cujo destino podem ser grupos armados irregulares.

Segundo o canal de televisão Russia Today (RT), dezenas de milhares de armas de assalto e ligeiras terão sido enviadas, entre outros países, para a Somália, Egipto e Sri Lanka, ainda que também haja registo de vendas na Rússia e no Sul de África.

Segundo um relatório do Comité de Controlo de Exportações de Armamento da Câmara dos Comuns, em que se sublinha o anormal volume de exportação de material bélico, a maioria das vendas foi autorizada pelo Departamento do Comércio, cujo chefe do Controlo de Exportações, Edward Bell, se comprometeu perante os deputados a analisar a fundo a saída de armamento para os referidos estados africanos.

O Reino Unido é o quinto maior exportador da material bélico do mundo, com um volume de negócios que ascendeu a mil e 54 milhões de dólares em 2010.

Mais cortes sociais

Entretanto, o governo britânico está a braços com uma crise interna na sequência de mais uma vaga de cortes nas despesas sociais. O novo plano de austeridade anunciado pelo secretário do Tesouro George Osborne, que antecipa uma redução de 30 000 milhões de euros para atingir os objectivos de «redução do défice estrutural» até 2018, suscitou críticas violentas do vice-primeiro-ministro Nick Clegg e dos ministros do Trabalho e Pensões, Iain Duncan Smith, e do Meio Ambiente, Owen Paterson.

Nick Clegg classificou o plano Osborne como «um erro monumental» e acusou os seus parceiros de coligação de se «deixarem arrastar por impulsos ideológicos» na hora de liquidar o Estado de bem-estar. O vice-primeiro-ministro afirmou mesmo que o novo plano é «desequilibrado e injusto» por voltar a assentar todo o peso da consolidação fiscal «sobre os sectores da sociedade mais prejudicados pela austeridade: os desempregados e os trabalhadores pobres».

O ministro do Trabalho também acusa o plano de ir demasiado longe e aponta, como exemplo, a intenção de se poupar pelo menos 15 000 milhões de euros nas verbas destinadas a apoiar a habitação para jovens. Já o ministro do Ambiente afirma que os cortes põem em causa a capacidade de defesa face a catástrofes como a ocorrida na última semana com as inundações que afectaram mais de um milhão de habitações.

Fonte: Diário Liberdade

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