Por Alex Solnik
Recebida com muita festa e pompa no “altar” do Palácio do Planalto, há dois meses, depois de um “noivado” prolongado, para enfim “casar” com Bolsonaro, Regina Duarte começa a ser tratada a pão e água, exatamente o mesmo tratamento dispensado a Sérgio Moro e a outros agora desafetos que não aceitaram alinhamento total e compulsório com o chefe supremo.
Para dar um chute em Moro, Bolsonaro exigiu que trocasse o chefe da Polícia Federal; para se livrar da atriz, mandou reconduzir ao posto, esta madrugada, o ex-diretor da Funarte, Dante Mantovani, um dos aloprados discípulos de Olavo de Carvalho, que tinha sido demitido por Regina logo ao assumir.
Mantovani é aquele que, em célebre frase, associou o rock a satanismo e ao aborto.
O teor do recado a Regina é o mesmo que recebeu Moro: quem manda em todos os ministérios e secretarias é o chefe supremo, que tem toda a liberdade de interferir aonde, como e quando quiser.
Ou ela engole o sapo ou cai fora.
A recondução de Mantovani à direção da Funarte também sinaliza que a cultura tem que ser submetida aos filtros ideológicos e religiosos impostos por Bolsonaro, os quais devem ser usados rigorosamente e sem vacilações, sejam quão obscurantistas forem.
O divórcio parece inevitável. Só não se sabe se será litigioso, como do Moro.